Alimento rico em proteínas, a quinoa conquista uma posição de destaque na dieta de brasileiros que buscam uma alimentação saudável. Ela adquire importância crescente nos cardápios de consumidores exigentes e dispostos a pagar caro pelo produto. Apesar do potencial do mercado, o Brasil tem uma produção pequena desse pseudo-cereal. Devido à alta rentabilidade, ele pode ser uma opção interessante para o produtor rural no Cerrado. Para contribuir com eles, a Embrapa Cerrados em realizado desde 1990 um trabalho pioneiro com a quinoa, para adaptá-la ao Brasil.
Neste ano, a unidade da Embrapa iniciou uma nova etapa do programa de melhoramento da quinoa, com o objetivo de lançar cultivares com maior produtividade, com características alimentares diferenciadas, que sejam próprias para diferentes épocas de plantio. Segundo o pesquisador Walter Quadros, responsável pelo estudo, a ideia é criar opções de cultivares para produtores que atuam com alta tecnologia e também para agricultores familiares e que produzem orgânicos, o que é uma exigência do mercado.
O primeiro passo da pesquisa de novas cultivares é a reestruturação de um banco de germoplasma, que já está em curso. Quadros destaca que a ideia é obter cultivares mais uniformes que a BRS Piabiru, a primeira variedade de quinoa adaptada às condições brasileiras, que foi lançada pela Embrapa Cerrados, mas que não está disponível para comercialização. Essa cultivar apresenta falta de uniformidade na maturação dos frutos, o que prejudica a mecanização da colheita.
“Nossa perspectiva é baratear o produto para o produtor e consequentemente para o consumidor”, avalia Quadros. Dessa forma, os benefícios do pseudocereal podem ser ampliados para toda a população. Para o pesquisador, como é muito nutritiva, a quinoa tem grande potencial para ser utilizado em trabalhos sociais e na merenda escolar ou fornecido a pessoas com carências nutricionais.