A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) celebrou o triunfo da erradicação da peste bovina, flagelo que afetou criadores de gado da África, Ásia e Europa durante centenas de anos.
O diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, comemorou, na 37ª Assembleia Geral da entidade, em junho, a erradicação, em nível planetário, da doença, considerada uma das enfermidades mais mortíferas da história do homem e uma antiga ameaça aos meios de subsistência e segurança alimentar do planeta. “É hora do mundo comemorar”, disse.
O ministro da Agricultura do Brasil, Wagner Rossi, presente à reunião da FAO, celebrou o êxito, lembrando que o país há décadas não enfrenta tal problema. “O único caso registrado da doença no nosso país ocorreu em 1921 em búfalos que haviam sido importados”, disse.
A reunião bienal da FAO foi marcada pela eleição do novo diretor-geral da organização. O brasileiro José Graziano, ex-ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome do governo Lula, foi o candidato escolhido.
Cooperação
A erradicação da peste bovina é considerada pelos 180 países que integram a FAO um triunfo da ciência e do engenho humano. “É a primeira enfermidade animal eliminada em seu meio natural graças ao esforço do homem e a cooperação internacional”, apontou Diouf. Ele lembrou ainda que a peste bovina é a segunda doença erradicada da história da Humanidade, depois da varíola.
“Durante anos dizia-se com frequência que o mundo tem os meios necessários para eliminar a fome, a subnutrição e a pobreza extrema”, disse Dayouf no plenário da FAO, perante chefes de Estado, ministros e autoridades. “A erradicação total da peste bovina, doença que atingia bois, búfalos e muitas outras espécies animais, tanto domésticas como silvestres, é hoje uma prova de que isso é possível”.
Em seu discurso, o diretor-geral da FAO comentou que durante mais de mil anos, a doença atingiu os povos dos cinco continentes. A enfermidade aniquilou milhões de animais, levando populações a condições precárias de vida e provocando insegurança alimentar.