Considerada uma das principais pragas do rebanho bovino, a mosca-dos-chifres vem aumentando sua incidência, especialmente no período chuvoso, no Vale do Rio Cuiabá, região Metropolitana de Mato Grosso. O alerta é do pesquisador da Empresa Matogrossense de Pesquisa e Extensão Rural (Empaer), Antônio Rômulo Fava, que constatou o fato em visitas a algumas propriedades.
Inseto hematófago, a mosca-dos-chifres suga o sangue dos bovinos, comprometendo o ganho de peso, a produção de leite, a taxa de prenhês e a qualidade do couro. Para tentar se livrar do inseto, o animal movimenta a cabeça constantemente, balança o rabo em direção ao lombo e se refugia nos arbustos, o que o deixa bastante irritado. A maior incidência do inseto no verão deve-se à combinação das altas temperaturas com o aumento da umidade.
Controles com inseticidas
A praga pode ser controlada com o uso de inseticidas químicos ou naturais, com o rodízio de pastagens ou com o controle biológico, entre eles o bezouro africano Onthophagus gazella, popularmente conhecido como ‘rola-bosta’.
A resistência adquirida pelo inseto aos produtos químicos normalmente utilizados no seu controle também vem preocupando pecuaristas, pesquisadores e a assistência técnica. Para contornar o problema, Antônio Rômulo Fava sugere evitar o uso contínuo de um mesmo produto e recomenda a variação do princípio ativo do inseticida a cada aplicação, que só deve ser feita quando verificada uma infestação acima de 100 insetos por animal. Outras medidas para controlar a proliferação da mosca são a coleta e o depósito das fezes dos animais em esterqueira e a lavagem do curral.
Controle biológico
Outra opção de controle biológico que vem sendo estudada pelo pesquisador Marcílio Bobroff Santaella, também da Empaer, foi o uso do fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliaee, utilizado no combate às cigarrinhas das pastagens e da cana-de-açúcar. Os dados preliminares dos testes em laboratório indicam que com a aplicação do fungo 47% dos insetos desenvolveram o parasitismo. Por ser um produto atóxico para os animais e para o homem, por não deixar resíduos no leite, nem afetar o meio ambiente, os testes com o fungo serão realizados no campo antes de sua recomendação de uso.