A realização da Copa do Mundo de 2010 nos leva a refletir sobre alguns assuntos importantes para o nosso dia a dia. Como, por exemplo, a influência do café no desempenho dos atletas. Vamos refletir um pouquinho sobre isso?
Pesquisas já comprovaram que atletas que tomam até quatro xícaras diárias de café aumentam a descarga de endorfinas no cérebro. As endorfinas são as substâncias que dão a sensação de prazer, portanto com mais endorfinas, os atletas têm mais estímulo para prosseguir no seu esforço. Isso é a chamada autogratificação, cujo nível mais alto é alcançado no cérebro com o consumo do café. Os cérebros que recebem essas doses diárias de café têm maior capacidade de produzir a auto-gratificação, melhorando, ao longo do tempo, de forma significativa, o desempenho dos atletas, sem qualquer tipo de “doping”.
Refletindo sobre o consumo de café nas equipes que melhor se classificaram na Copa de 2010, vemos que a União Européia, onde ficaram três dos quatro finalistas da Copa do Mundo – Alemanha, Holanda e Espanha – e de onde surgiu o campeão de futebol deste ano – a Espanha –, é grande importadora de café. A Alemanha, por exemplo, é o país que mais importa o produto no mundo, comprando mais de dezenove milhões de sacas. Apenas do Brasil, a Alemanha importou em 2009 mais de seis milhões de sacas, sendo 5.967.746 de café verde, 107.774 de café solúvel e 104 sacas de café torrado, conforme informações do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, Cecafé.
O consumo de café nesses países é maior na Alemanha, onde cada pessoa consome 6,49 quilos do produto por ano. Na Holanda, o consumo per capita é de 3,36 quilos por ano e, na Espanha, 4,52 kg/ano. Apenas a título de comparação, o Brasil, que é o segundo maior consumidor de café no mundo por volume consumido, o consumo per capta é de 4,65 quilos de café por ano.
Café e saúde
As pesquisas já comprovaram que o café possui diversos compostos importantes para o organismo, tais como os minerais, niacina, antioxidantes, ácidos clorogênicos e os quinídeos, que ajuda os dependentes a se livrarem do vício das drogas, do álcool e do tabaco. Isso, além da cafeína, que no cérebro atua contra os efeitos da adenosina, uma substância química causadora do sono. A cafeína também tem efeito sobre a microcirculação do sangue, melhorando o fluxo sangüíneo. Ou seja, a cafeína é uma substância que reduz a sonolência, a apatia e a fadiga, favorecendo a atividade intelectual, aumentando a capacidade de atenção, concentração e memória.
Portanto, o café é essencial para o consumo dos jovens e adolescentes que estudam pela manhã, ajudando a espantar o sono e proporcionar mais atenção às aulas.
E para os atletas, tanto profissionais, como os que atuaram na Copa do Mundo, como aqueles de fim de semana, o café ajuda a ter mais pique para correr, pular, saltar, nadar, estimulando a ação dos músculos durante exercício prolongado. Porém, para que o café promova seu efeito saudável, deve-se consumir de 3 a 4 xícaras pequenas por dia.
Decifrar os efeitos do café na saúde humana é um dos objetivos do Café e Saúde, uma das linhas de pesquisa desenvolvidas pelo programa brasileiro de pesquisa em café, que é coordenado pela Embrapa Café e realizado por pesquisadores e instituições participantes do Consórcio Pesquisa Café. São pesquisas em todas as áreas do agronegócio café, realizadas a partir de várias fontes de financiamento, entre elas o Funcafé, Fundo de Defesa da Economia Cafeeira, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Criado por dez renomadas instituições de pesquisa, ensino e extensão, o Consórcio Pesquisa Café realiza hoje um dos maiores programas mundiais de pesquisa em café, desenvolvendo estudos que vão desde a produção no campo até a saúde do consumidor.