Algumas variedades, como o rajado e o branco, tem garantia de venda no exterior e também podem ser comercializados no mercado nacional.
O feijão carioca, variedade mais plantada e consumida no Brasil, está sobrando nos armazéns. O grão não tem mercado para exportação. A tendência é que os produtores, para não perder produto, reduzam o plantio. Dessa forma o preço tende a subir e a qualidade a diminuir. Por isso, exportar tem sido apontada como o melhor alternativa para o mercado de feijão hoje.
Além de muitas variedades suprirem a demanda tanto interna quanto externa – como o feijão branco – algumas exportáveis têm ciclos de plantio menores e todas elas não alteram o modo de trabalho do produtor.
Quem exporta tem garantia de escoamento do produto e pode continuar plantando feijão carioca ou preto em parte da propriedade, se desejar. “Outra vantagem é que na medida em que aumentam as variedades de feijão no mercado interno, a industrialização para a importação também deve crescer. Assim, o produtor vende para o mercado interno as variedades que constantemente são importadas e exportam o excedente”, explica o operador de mercado da Correpar Corretora de Mercadorias, Julio Cabral.
Variedades
O feijão-rajado, por exemplo, é uma variedade em expansão no Brasil, totalmente adaptada ao solo brasileiro, que pode ser plantado com garantia de venda no exterior. A variedade alubia, os grãos vermelhos e o pinto beans – um feijão semelhante ao carioca, mas de tamanho maior – são mais algumas opções para o produtor que deseja exportar.
O presidente do Conselho Administrativo do Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe) e diretor da Correpar, Marcelo Eduardo Lüders, explica ainda que o mercado interno do feijão é pouco elástico, o que atrapalha a comercialização em tempos de altas demandas de grãos. ”Independente do preço e da quantia do feijão colhido e colocado à venda o consumo varia muito pouco. O produtor diante do excesso de oferta de feijão principalmente carioca precisa alterar a variedade. Feijão carioca só é consumido no Brasil e quando sobra simplesmente não há o que fazer com ele”, finaliza.