Cacauicultoras de Rondônia contribuem para aumento de renda na região amazônica colocando em prática o “tree to bar”, expressão que traduz a verticalização da cadeia produtiva, desde a colheita do fruto até o beneficiamento do chocolate
Acordar cedo e ir para o campo faz parte do dia a dia das mulheres chocolateiras de Teixeirópolis, município situado a 300 quilômetros da capital Porto Velho, Rondônia. O estado é o terceiro maior produtor de cacau do Brasil, ficando atrás apenas da Bahia e Pará.
As “Chocolateiras de Teixeirópolis” são pioneiras do movimento “tree to bar”, expressão que traduz essa verticalização da produção: da árvore à barra de chocolate. Trabalhando desde o fruto do cacau até o chocolate, elas agregam maior valor ao produto final, conquistando espaço no mercado pelo sabor e procedência de seu produto.
O chocolate tree to bar é aquele que foi feito pelo mesmo fabricante desde o cultivo do cacau até a barra de chocolate. Ele tem a fazenda, planta o cacau, o colhe, faz o processamento e o produto final é o chocolate em barras. .
Agricultoras familiares
No bioma, que é conhecido como berço do cacaueiro, as produtoras trabalham diariamente nos tratos culturais da plantação, na colheita e na quebra do cacau quando os frutos estão maduros.
Elas fazem parte da Associação “Chocolateiras de Teixeirópolis”, presidida pela agricultora Silvana Pereira Fagundes. Composta por 17 agricultoras familiares, a associação foi criada em fevereiro de 2015 e, desde então, as Chocolateiras de Teixeirópolis trabalham com a verticalização da produção: do plantio do cacau à produção do chocolate.
As atividades de processamento e seleção das amêndoas levam a produção do chocolate, além de uma linha de produtos agroecológicos de achocolatados: o salaminho de chocolate, castanhas caramelizadas, trufas, e produtos em pó sem conservantes, 100% natural.
Produto final
Com investimento em formação técnica, o trabalho de capacitação, incentivo e orientação se iniciou em 2014, tanto no preparo do solo para o plantio de mudas selecionadas de cacau até a implantação da agroindústria e o aperfeiçoamento da linha de produtos finais.
Esse processo de crescimento da associação levou a uma mudança positiva na vida das mulheres rurais com o aumento da renda e a inserção dessas agricultoras familiares no mercado competitivo e que se torna cada vez mais receptivo aos produtos artesanais e originários da floresta amazônica.
Até que os frutos do cacau nos tragam novas sementes, as amêndoas produzidas na Amazônia pelas Chocolateiras de Teixeirópolis preservam a agrobiodiversidade, pois são produzidos em sistemas agroflorestais.