Mais de 90 mil filhotes de tartarugas marinhas foram liberados ao mar, na área de monitoramento do Complexo do Porto do Açu, em São João da Barra, região norte do Estado do Rio de Janeiro. O procedimento foi realizado ao longo da última temporada reprodutiva, entre os meses de setembro do ano passado e março de 2019.
“Se comparado ao período de desovas do ano anterior, o número de nascimentos foi 35% maior, com 24 mil filhotes a mais. Somando os dados acumulados desde o início do Programa de Monitoramento de Tartarugas Marinhas do Porto do Açu, em 2008, já são 890 mil filhotes registrados na área monitorada pelo empreendimento”, informa o Porto Açu.
Como parte das ações de educação ambiental do Complexo, dez solturas de filhotes abertas ao público foram organizadas em parceria com a Fundação Pro-Tamar e as prefeituras de São João da Barra e Campos, dentro das agendas de verão dos dois municípios.
Centenas de pessoas puderam acompanhar de perto o trabalho realizado pela equipe do Programa, que conta com 13 profissionais de diferentes áreas de atuação, entre biólogos, veterinários e técnicos de campo, que percorrem toda a extensão de faixa de praia monitorada pelo Programa de Monitoramento de Tartarugas Marinhas (PMTM).
10 anos de atuação
Gerente de Meio Ambiente da Porto do Açu Operações, Wanderson Primo de Sousa comemora os dez anos do Programa, salientando os resultados mais consistentes e o reconhecimento cada vez maior de sua importância, por pate da população.
“Sustentabilidade é um dos valores do Complexo do Porto do Açu e entendemos que é nossa missão disseminar as boas práticas ambientais. Hoje, percebemos a comunidade mais engajada com o Programa e se sentindo parte deste trabalho do qual tanto nos orgulhamos. O resultado desta última temporada comprova que estamos no caminho certo”, afirma Sousa.
Observação nas praias
O Programa de Monitoramento de Tartarugas Marinhas atende a diretrizes técnicas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) – Tamar e do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e abrange desde o Pontal de Atafona, em São João da Barra, até a Barra do Furado, na cidade de Campos (RJ).
Diariamente, monitores percorrem 62 quilômetros de praia registrando qualquer ocorrência relativa às tartarugas. Durante o período reprodutivo, que vai de setembro a março, a equipe ainda tem a missão de localizar os ninhos, identificá-los e acompanhá-los até o nascimento dos filhotes.
Segundo o Complexo do Porto Açu, um dos intuitos é gerar dados da espécie de forma contínua, ajudando os envolvidos a entender melhor o comportamento dos animais e como agir para preservá-los.
Parceria com a comunidade
O biólogo Ivan Abreu, que faz parte da equipe de monitoramento, destaca a importância da atuação da comunidade na multiplicação de conhecimento ambiental.
“Apesar do trabalho constante de conscientização da população, nós ainda notamos a presença de veículos na areia, assim como o descarte incorreto de lixo e remoção de estacas que identificam os ninhos de tartarugas. Por outro lado, percebemos também a participação da própria comunidade no alerta para estes casos e na conscientização do próximo. Esta é uma das nossas principais conquistas”, diz Abreu.