Entusiasmados com o bom desempenho da fruta na região, produtores investem na compra de mudas
Atividade recente no Sul de Minas, a produção de maçãs está chamando cada vez mais a atenção dos produtores. A área plantada, que atualmente é de 7,2 hectares, deve passar para 10,2 hectares no segundo semestre, ou seja, um crescimento de quase 42%.
O aumento é explicado pela recente aquisição de duas mil mudas de maçãs, feita em conjunto por um grupo de 20 produtores dos municípios de Arceburgo, Areado, Alfenas, Botelhos, Bom Jesus da Penha, Carvalhópolis, Cássia, Guaranésia, Guaxupé, Itamogi, Machado, Monte Santo de Minas, Paraguaçu, Poço Fundo e São Pedro da União.
As mudas, provenientes de viveiros do sul do país, chegarão em julho. Elas levarão dois anos para começar a produzir. Somente com essa nova área plantada de três hectares, é esperada uma produção de até 60 toneladas de maçã por ano, quando as árvores estiverem em pleno desenvolvimento.
O crescente interesse pela maçã e outras frutas de clima temperado no Estado mineiro começou após a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) implantar unidades demonstrativas, em propriedades da região, a partir de 2022. A cultura da maçã chamou a atenção dos produtores pelo bom desenvolvimento que apresentou, além de possuir um amplo mercado consumidor.

Somente nas primeiras colheitas, com as plantas ainda jovens, foram produzidas 30 toneladas de maçã Foto Emater-MG/Divulgação
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Primeiras colheitas
Deny Sanábio, coordenador estadual de Fruticultura da Emater-MG conta que, somente nas primeiras colheitas, com as plantas ainda jovens, foram produzidas 30 toneladas de maçã nas unidades demonstrativas. “As variedades cultivadas – Eva e Princesa – foram desenvolvidas pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e escolhidas por sua adaptabilidade ao clima local, com inverno menos rigoroso que o de regiões tradicionalmente produtoras de maçã no sul do Brasil”, relata.
Segundo Sanábio, o projeto busca abastecer o mercado regional, com o fornecimento de frutas frescas, sem a necessidade de estocar com refrigeração.
“Uma boa opção é o atendimento a programas institucionais, voltados para a compra de produtos da agricultura familiar”, afirma.
O coordenador explica que esses municípios têm uma grande demanda da fruta pelo Pnae (Programa Nacional de Alimentação Escolar).
“Então é uma boa oportunidade para os produtores de Minas conquistarem este mercado, que ainda depende da maçã vinda de outros estados”, reforça.
Mais vantagem
O Geraldo José Rodrigues, técnico da Emater-MG de Guaranésia, aponta outra vantagem da cultura.
“A maçã produz fora da época da safra de café. É uma alternativa para diversificação de fonte de renda, inclusive em áreas onde não se planta café, devido às geadas. Mas é uma cultura extremamente técnica e demanda atenção especial para condução, como podas e outros tratos culturais”, ressalta.
Fonte: Emater-MG
Foto abertura: Emater-MG/Divulgação