A presença de embrião só é possível em ovos férteis, ou seja, aqueles em que a galinha teve contato com o galo antes da postura
Você já se perguntou se todo ovo de galinha tem um pintinho? A dúvida é comum, mas a resposta é simples: nem todo ovo de galinha tem potencial para gerar um pintinho.
Os ovos que encontramos nos mercados, por exemplo, são, em sua maioria, não fecundados, ou seja, não têm embrião e são próprios para o consumo.
Mas, como diferenciá-los?
Warley Luiz, gerente da unidade de Incubatório da Tijuca Alimentos, explica que a diferença está no processo de produção e nas condições de armazenamento. “Os ovos que consumimos são, na maioria das vezes, produzidos por galinhas que não tiveram contato com os galos. Sem esse contato, a fecundação não ocorre e, portanto, não há pintinho”, enfatiza.
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Ovos férteis
Segundo ele, a presença de embrião só é possível em ovos férteis, ou seja, aqueles em que a galinha teve contato com o galo antes da postura.
“Esses ovos, entretanto, não se desenvolvem automaticamente em embriões”, ressalta o especialista.
O profissional informa ainda que alguns estudos explicam que o ovo fertilizado continua o desenvolvimento do embrião mesmo durante o armazenamento. Esse processo pode ser interrompido se a temperatura ambiente atingir o chamado ‘zero fisiológico’ (temperatura ideal para as condições de manejo e estoque de ovos nas granjas), que, de acordo com o cientista e médico veterinário PMM Mendes, fica entre 21°C e 23°C. “Vale lembrar que a temperatura ideal da casca para o desenvolvimento embrionário é de 37,7°C a 38,0°C”, completa Luiz.
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Comercialização
Conforme contextualiza o gerente da unidade de Incubatório, a portaria da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), n° 1.179/2024, explica como deve ocorrer a comercialização de ovos, seja ele fecundado ou não:
“Ovos provenientes de estabelecimentos avícolas de reprodução podem ser utilizados para fins industriais desde que não tenham passado pelo processo de incubação. Ovos férteis não podem ser comercializados para consumo direto, devem passar por processo de industrialização.
A industrialização é constituída por etapas destinadas à elaboração dos derivados de ovos, incluindo a pasteurização, desidratação, elaboração de conservas e outros processos sujeitos à aprovação pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa). Além disso, deve ser apresentado ao Mapa todo o processo de produção e seus controles envolvendo essa matéria prima e, somente após a aprovação do Dipoa, a mesma poderá ser utilizada”.
Warley Luiz destaca que, para o consumidor, a garantia de um produto seguro está na escolha de marcas confiáveis e certificadas. A empresa precisa seguir padrões rigorosos de qualidade, desde a alimentação das galinhas até o armazenamento e transporte dos ovos.