MInas Gerais lidera com 504 estabelecimentos, o que corresponde a 41,4% do total nacional, marcando a primeira vez que um estado supera a marca de 500 cachaçarias (Foto: Arquivo/Mapa)
Em um marco histórico para o setor de cachaça, o Brasil ultrapassou a marca de 1.200 cachaçarias registradas em 2023, conforme divulgado pelo Anuário da Cachaça 2024.
O levantamento, realizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em parceria com o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Nacional de Produtores e Empresas de Bebidas (ANPAQ) e a GS1 Brasil, revela o crescimento e a importância econômica deste segmento.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, ressaltou a importância da cachaça como um produto de qualidade e um símbolo de orgulho nacional.
“O Brasil está se consolidando como um dos grandes produtores de alimentos e bebidas do mundo. Produzimos com qualidade e o Ministério da Agricultura tem a régua muito elevada para garantir a segurança dos nossos produtos. Isso nos garante oportunidades”, afirmou.
Em 2023, o número de cachaçarias registradas no Brasil atingiu 1.217, representando um crescimento de 7,8% em relação ao ano anterior.
Minas Gerais lidera com 504 estabelecimentos, o que corresponde a 41,4% do total nacional, marcando a primeira vez que um estado supera a marca de 500 cachaçarias. O Sudeste continua sendo a região com maior concentração de cachaçarias, possuindo 67,3% do total.
Exportações em alta e valorização do produto
O setor também registrou um aumento nas exportações, alcançando um montante de US$ 20.242.453, um crescimento de 0,7% em relação ao ano anterior. O preço médio da cachaça exportada subiu de 2,15 US$/L em 2022 para 2,35 US$/L em 2023, uma valorização de 9,3%.
Os Estados Unidos permanecem como o principal mercado, respondendo por quase 23% das exportações, enquanto a Europa, com sete países entre os principais compradores, representa 50,1% do mercado.
A cachaça continua a ser um importante motor econômico, com o setor de fabricação de bebidas gerando 134.678 empregos diretos em 2023, um aumento de 3,35% em relação ao ano anterior.
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A fabricação de aguardente de cana-de-açúcar foi responsável por 4,7% desses empregos, totalizando 6.371 postos de trabalho. O Sudeste lidera com 48% das posições de trabalho na fabricação de aguardente, seguido pelo Nordeste, que apresentou o maior aumento absoluto em novas posições.
“Os dados são animadores. Apesar do cenário desafiador que o setor da Cachaça tem enfrentado nos últimos anos, demonstram uma certa resiliência para o enfrentamento dessas dificuldades e, sobretudo, a relevância dos micro e pequenos produtores”, destaca Carlos Lima, presidente do Instituto Brasileiro da Cachaça,