Sustentabilidade e inovação do agro no Cerrado foram destaques na AgroBrasília 2024, maior evento agropecuário do Planalto Central, durante apresentação de Fábio Faleiro, Chefe Adjunto da Embrapa Cerrados. (Foto: Gesival Nogueira/AgroBrasília/Divulgação)
O Cerrado brasileiro, frequentemente chamado de “Savana brasileira”, passou por uma transformação notável nas últimas décadas. Com o uso de tecnologias avançadas e uma abordagem sustentável, a agricultura na região evoluiu de terras consideradas improdutivas para um dos mais importantes polos agrícolas do Brasil.
Durante apresentanção na AgroBrasília 2024, maior evento agropecuário do Planalto Central, Fábio Faleiro, Chefe Adjunto da Embrapa Cerrados, destacou a relevância dessa evolução e as contribuições tecnológicas que possibilitaram esse progresso.
“Podemos dizer com todas as letras que o produtor brasileiro também é um ambientalista”, disse.
Ele lebrou que no Cerrado, cerca de 52% da área é preservada, mostrando o compromisso dos agricultores com a sustentabilidade e que a Embrapa, com suas iniciativas e pesquisas, continua a ser um pilar fundamental nesse processo, impulsionando o desenvolvimento sustentável e a prosperidade econômica e social no Cerrado e em todo o Brasil.
“Usando ciência e tecnologia, é possível produzir e preservar os recursos naturais”, pontuou Faleiro.
Revolução Agrícola no Cerrado
Segundo ele, revolução agrícola no Cerrado não é apenas uma história de aumento de produtividade, mas também um exemplo de como a ciência e a tecnologia podem promover a sustentabilidade ambiental. Esse compromisso com o meio ambiente e a busca constante por inovações garantem que o Brasil continue a ser um líderglobal na produção agrícola.
Faleiro destaca que a Embrapa, por meio de seus 96 programas de melhoramento genético, desenvolveu cultivares mais produtivas e resistentes a pragas, reduzindo a necessidade de defensivos agrícolas. Essa abordagem não só aumenta a produtividade, mas também diminui o impacto ambiental, contribuindo para a preservação dos recursos naturais.
Ele ressaltou que a busca é por “tecnologias que não só produzam, mas que também preservem o meio ambiente”.
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Impacto Econômico e Social
O Cerrado desempenha um papel crucial na economia brasileira. A região contribui significativamente para a produção de diversas commodities agrícolas: 34% da carne bovina, 50% da soja, 49% do milho e 86% do algodão.
Essa produtividade tem colocado o Brasil como líder mundial na exportação de soja, milho, café, açúcar, suco de laranja, etanol, carne bovina e carne de frango.
“A agricultura brasileira passou por um processo de revolução, de aumento de produtividade, saindo do cenário de importador de alimentos para o cenário de exportador de alimentos”, afirmou Faleiro.
Além do impacto econômico, a agricultura no Cerrado tem uma importância social significativa. Milhões de agricultores dependem dessa atividade para sua subsistência, e a modernização do setor tem gerado empregos em diversas áreas, desde a produção primária até o setor de varejo.
“A ciência e a tecnologia são muito importantes para essa transformação do ponto de vista social também, levando dignidade para essas pessoas que vivem no campo”, disse o representante da Embrapa.
Inovações e Sustentabilidade
A busca por inovações na agricultura é constante. No estande da Embrapa na AgroBrasília, diversas tecnologias sustentáveis foram apresentadas, incluindo a produção de biomassa, bioinsumos e energia renovável.
Essas tecnologias estão alinhadas com a demanda crescente por produtos agrícolas livres de defensivos químicos e certificados, atendendo a um consumidor cada vez mais exigente.
Segundo Faleiro, “Hoje existe uma nova tendência de consumo. No mundo, os consumidores querem produtos livres de defensivos agrícolas com certificação.”
A fixação biológica de nitrogênio, por exemplo, permite que a soja seja cultivada sem a necessidade de fertilizantes nitrogenados, economizando cerca de 15 bilhões de dólares anualmente.
O plantio direto é outra tecnologia essencial, conservando o solo e a água, enquanto o manejo integrado de pragas e doenças ajuda a reduzir custos e o uso de defensivos agrícolas.
No Cerrado, a integração lavoura-pecuária-floresta e a recuperação de pastagens degradadas são exemplos de sistemas que aumentam a eficiência produtiva e promovem a sustentabilidade.
“Hoje, enfrentar também a questão das mudanças climáticas na agricultura. A gente sabe que não é ficção científica o que está acontecendo. E nós precisamos desenvolver as tecnologias para enfrentar de uma maneira positiva”, ressalta Faleiro.
Redação A Lavoura