Primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, selam acordo para recuperação de pastagens (Foto: Ricardo Stuckert)
O Palácio do Planalto, em Brasília, foi o cenário para um encontro diplomático, na sexta (3/5), entre o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, para uma reunião que selou importantes acordos entre as duas nações. Entre eles, o memorando de cooperação com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA), voltado para a recuperação de áreas degradadas.
A assinatura do memorando contou com a presença de figuras-chave dos governos brasileiro e japonês, incluindo o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, e o presidente da JICA, Akihiko Tanaka.
Durante o encontro, o presidente Lula ressaltou o potencial da parceria entre os dois países, destacando o ambiente propício para investimentos japoneses no Brasil.
“Aos empresários japoneses que querem fazer investimentos no Brasil, somos um país que oferece todas as possibilidades na construção entre empresários brasileiros e empresários japoneses”, enfatizou Lula. Ele também apontou a importância econômica dessa cooperação, expressando o desejo de revitalizar o fluxo comercial entre as nações.
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Recuperar até 40 milhões de hectares de pastagens
Um dos pontos altos do acordo é o comprometimento do Japão em contribuir com o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD), uma iniciativa crucial do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Este programa visa recuperar até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade em áreas agricultáveis, ao longo de uma década, possibilitando o aumento da produção de alimentos sem desmatamento.
O ministro Carlos Fávaro ressaltou a importância dessa colaboração, enfatizando o compromisso com a sustentabilidade. “Vamos ampliar a produção de alimentos sem avanços no desmatamento sobre as áreas já preservadas. É pegar áreas degradadas e transformar em áreas produtivas”, explicou o ministro.
A visita do primeiro-ministro japonês também teve como objetivo aumentar os investimentos do Japão no Brasil e estimular a cooperação em tecnologias verdes.
Fumio Kishida revelou que a delegação japonesa, composta por representantes de empresas e órgãos do governo, assinou cerca de 40 memorandos de cooperação nos setores público e privado.
A cooperação com a JICA será desenvolvida em duas frentes principais: Cooperação Financeira, que oferecerá financiamento aos produtores agrícolas que participarem do programa de conversão de pastagens degradadas, e Cooperação Técnica, que envolverá pesquisa, desenvolvimento e inovação para garantir o sucesso do programa.
Essa parceria estratégica entre Brasil e Japão fortalece os laços bilaterais, promovendo o desenvolvimento sustentável e a cooperação em diversas áreas, desde agricultura até tecnologias verdes. Com os próximos passos já delineados, espera-se que essa iniciativa proporcione benefícios duradouros para ambos os países e para o meio ambiente global.