Pesquisa tem como foco rastreabilidade e caracterização da origem geográfica
Estudo coordenado pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) visa assegurar a qualidade e a autenticidade dos azeites da Serra da Mantiqueira, dos vinhos de colheita de inverno e dos cafés originados nas diferentes regiões de Minas Gerais.
A proposta “Agregação de valor às cadeias produtivas do azeite, café e vinho de Minas Gerais, por meio da rastreabilidade e caracterização da origem geográfica”, foi aprovada na Chamada 03/2023 – Programa Institucional de Consolidação da Pesquisa Científica e Tecnológica, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).
O projeto utilização técnicas de metabolômica, razão isotópica, análise elementar e caracterização físico-química para encontrar marcadores altamente correlacionados com a característica distintiva do produto e/ou sua origem geográfica. “A comunidade científica e as instituições internacionais reconhecem a confiabilidade da identificação e quantificação de marcadores moleculares e/ou atômicos em produtos alimentícios”, afirma Trazilbo de Paula, coordenador do projeto.
Valorização
Trazilbo explica que reconhecimentos como Marcas Coletivas e Indicações Geográficas (IGs) contribuem para a valorização dos produtos, ao mesmo tempo em que os tornam mais visados. “Produtos identificados pela origem e pelas características de uma determinada região passam a ser reconhecidos por sua qualidade e autenticidade. Porém, essa valorização os torna mais suscetíveis a fraudes”, acrescenta.
“Com o uso das técnicas propostas, queremos distinguir os ambientes de produção dos azeites, cafés e vinhos das regiões em estudo, contribuindo, inclusive, para evitar o uso indevido das Indicações Geográficas, além de fornecer embasamento científico para produtores que desejem iniciar um processo de reconhecimento de IG”, observa.
O coordenador do projeto lembra que o reconhecimento de uma Indicação Geográfica é resultado do esforço de produtores ou de prestadores de serviço que se organizam para defender seus produtos ou serviços, motivados por um lucro coletivo e/ou por garantia de mercado.
“Essas técnicas podem, além de garantir a procedência dos produtos, identificar fraudes que possam prejudicar o consumidor, promovendo critérios justos e uniformes para todas as empresas envolvidas”, comenta.