Criar sinergia entre produtores e grandes players do agro é objetivo da ManejeBem
Promover o desenvolvimento social, ambiental e econômico sustentável de comunidades rurais vulneráveis, através da capacitação e transformação digital acessível. Esta é uma das missões da ManejeBem, startup especializada em ajudar grandes corporações a se relacionarem com produtores familiares, estruturando cadeias produtivas e trabalhando para que práticas ESG na agropecuária sejam aplicadas, rastreadas e monitoradas.
A ManejeBem é uma das empresas que fazem parte do SNA Startup Hub (SNASH), novo hub de agtechs e edutechs criado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), que reúne startups com foco em soluções para o agronegócio.(https://snash.com.br/)
Em entrevista para a Revista A Lavoura, o Gestor de Expansão Comercial da ManejeBem, Humberto de Paiva Guerra, fala sobre as ações e soluções da empresa para transformar a realidade socioeconômica do campo e criar um mercado mais sustentável.
A Lavoura: Como funciona a interação entre os grandes players e os pequenos produtores promovida pela ManejeBem?
Humberto Guerra: A ManejeBem capta recursos financeiros através de investidores, grandes corporações e fundos que têm como objetivo promover impacto positivo em comunidades rurais familiares. Com isso, essas empresas se adequam em relação às ODSs e às Metas do Milênio estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), gerando produtos e serviços com responsabilidade socioeconômica e ambiental.
Grande parte dessas organizações possuem dificuldades com relação ao acesso às comunidades rurais. Usamos uma metodologia que permite a identificação das unidades de produção e a comunicação assertiva com os produtores e efetuamos um diagnóstico preciso da região, que nos permite a elaboração de um plano de desenvolvimento adequado, executando ações de extensão rural, coletamos dados e garantimos a entrega de impacto rastreável para os grandes players.
A Lavoura: Qual a sua percepção em relação ao produtor familiar?
Humberto Guerra: Acreditamos que o produtor familiar é um agente transformador da realidade socioeconômica do campo brasileiro. Por isso, os ajudamos a manter suas lavouras, criações e florestas em equilíbrio, gerando renda para suas famílias e contribuindo para a conservação dos recursos naturais do planeta.
A Lavoura: Quais os principais gargalos das comunidades rurais?
Humberto Guerra: Um dos grandes gargalos dentro das comunidades rurais é a falta de conhecimento, ou seja, a carência de assistência técnica e extensão rural, que geram situações de vulnerabilidade e subdesenvolvimento. Além disso, levar tecnologia ao pequeno produtor é outro grande desafio. Ajudá-los com o acesso às ferramentas e técnicas certas para produzir de forma mais sustentável é fundamental para o futuro da humanidade.
A Lavoura: Como a transformação digital pode contribuir para o desenvolvimento do setor?
Humberto Guerra: A transformação digital torna-se fundamental, é veículo da disseminação de informações, geradora de conhecimento e oferece escala e eficiência às atividades do campo, incluindo a assistência técnica rural. Em resumo, se não criarmos e disponibilizarmos as ferramentas digitais adequadas que possam chegar ao pequeno produtor, as dificuldades dentro do setor serão inúmeras, pois teremos aqueles com problemas financeiros e lavouras com baixa produtividade.
A Lavoura: Qual a importância da capacitação para o desenvolvimento produtivo e sustentável das atividades no campo?
Humberto Guerra: A capacitação na área rural é essencial para o desenvolvimento produtivo e sustentável. Através dela, as pessoas que trabalham no campo adquirem novos conhecimentos, aperfeiçoam técnicas, unem-se em redes de colaboração e aprendem a lidar com novas tecnologias, contribuindo para o aumento da produtividade e rendimento na área rural. Além disso, a capacitação possibilita às pessoas mais acesso às informações sobre práticas e recursos sustentáveis, auxiliando na adoção de medidas que garantam a preservação de recursos naturais, alimentos saudáveis e produção equitativa.
A Lavoura: Na prática, o que a ManejeBem oferece ao produtor?
Humberto Guerra: Aprender é a chave para o sucesso. Sendo assim, dentre os diferenciais de nossa plataforma estão os cursos de capacitação online para agricultores familiares, em gestão de propriedades, manejo com a terra, entre outros. Todos com o objetivo de habilitar essas famílias a administrarem seus próprios recursos.
Dentre os principais benefícios promovidos pelas práticas da Maneje Bem estão o uso eficiente dos recursos naturais para gerar mais produtividade; maior qualidade dos produtos; aumento da rentabilidade dos negócios; redução do risco de contaminação, degradação e desperdício; maior responsabilidade socioambiental; mapeamento e rastreabilidade de comunidades rurais através de banco de dados livres.
A Lavoura: É possível fazer um balanço das ações voltadas para o produtor?
Humberto Guerra: Em 2022, por exemplo, garantimos a aplicação de práticas sustentáveis em 2.448 hectares em diferentes regiões do Brasil. Os agricultores familiares impactados pelos nossos projetos (23.842), em média, aumentaram 27,18% a aplicação de práticas agropecuárias sustentáveis em suas propriedades, melhorando o manejo de solo, controle de doenças e pragas, gestão financeira, etc. Também aumentamos em 34 vezes o acesso à renda não monetária (extensão rural, educação e assistência técnica) e em até 3,3 vezes a renda familiar per capita.
A Lavoura: Como o ESG tem impactado na estruturação das cadeias produtivas?
Humberto Guerra: O ESG vem tendo um grande impacto na estruturação das cadeias produtivas nos últimos anos. As empresas estão cada vez mais adotando estas práticas para melhorar a gestão de suas cadeias produtivas, a fim de reduzir os impactos ambientais e sociais negativos. Tais práticas incluem a adoção de padrões de qualidade ambiental, como redução de emissões, acompanhamento do uso de insumos e água, minimização de resíduos e gestão de energia, além de práticas de responsabilidade social, como responsabilidade na cadeia de suprimentos, uso de fornecedores que compartilhem os mesmos valores, inclusão de mão de obra e formação profissional, etc. Essas abordagens têm ajudado a levar a um crescimento responsável e uma maior sustentabilidade nas cadeias produtivas.
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