Iniciativa conjunta do Sebrae e Associação dos produtores representa o primeiro passo para a obtenção do selo
Além de valorizar a origem da produção local, a marca de Cafés da Região Sudoeste de Minas, lançada pelo Sebrae e pela Associação dos Cafeicultores locais, quer conquistar reconhecimento com selo de qualidade por meio da indicação geográfica (IG).
O Sudoeste de Minas produz entre 3 e 4 milhões de sacas anuais de café, o equivalente a 10% da produção do Estado. A associação engloba 21 municípios e conta com 56 produtores ativos na cafeicultura mineira. “Esse é um momento histórico, estamos buscando o reconhecimento para valorizar a produção dessa região, o produtor e o produto”, afirma o presidente da associação, Fernando Barbosa. “Com isso, podemos fomentar e inspirar novos produtores a buscar essa qualidade.”
Uma das características do Sudoeste de Minas é que as lavouras foram plantadas em áreas planejadas, com altitudes acima de 1 mil metro. “A região, praticamente de planalto, tem dois biomas, o que representa uma valorização da altitude, que é muito privilegiada na questão de qualidade. A meta, agora, é a sustentabilidade”, diz Barbosa.
Diagnóstico
Para a criação da marca, o primeiro passo foi a realização de um diagnóstico de avaliação do potencial de indicação geográfica (IG), que assegura a exclusividade do uso do nome pelos produtores e empresas do território. As IGs identificam um produto pela origem, agregam valor e ampliam o acesso a mercados específicos.
Segundo Barbosa, esse processo se iniciou a partir de um grupo de estudo e, junto com os produtores, o Sebrae abraçou a causa e deu condições de se fazer um levantamento e um estudo da região, fazendo toda uma transformação.
Em julho do ano passado, a associação solicitou ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) o reconhecimento de marca coletiva Sudoeste de Minas, que visa diferenciar um produto ou um serviço da região. Ainda em 2022, a entidade deu entrada no INPI no pedido de indicação geográfica, na modalidade indicação de procedência (IP) Sudoeste de Minas.
“Após o lançamento, agora é iniciada uma nova etapa, que é a questão de rastreabilidade, de origem controlada. Os produtores que se inserirem, automaticamente, vão seguir uma série de etapas na produção, na cadeia produtiva de armazenagem, chegando até o consumidor final”, relata o presidente da Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas.
Fazem parte da região os seguintes municípios: Arceburgo, Alpinópolis, Alterosa, Bom Jesus da Penha, Botelhos, Cabo Verde, Carmo do Rio Claro, Conceição de Aparecida, Fortaleza de Minas, Guaranésia, Guaxupé, Itamogi, Jacuí, Juruaia, Monte Belo, Monte Santo de Minas, Muzambinho, Nova Resende, Passos, São Pedro da União e São Sebastião do Paraíso.