Projetos de incentivo à produção e exportação mirando pequenos e médios produtores rurais foram destaque no quarto dia da AgroBrasília, nesta quinta (25/05), durante palestras no auditório principal do evento.
Fernanda Regina, assessora técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apresentou Programa de Alimentos Artesanais e Tradicionais Brasileiros, que desde 2018 oferece capacitação e consultoria a pequenos e médios produtores rurais para agregar valor aos alimentos artesanais e tradicionais. como cachaça, geleias, vinhos e queijos.
“Queremos que esse pequeno produtor seja reconhecido”, disse Regina. “Para isso, precisamos levar a informação para esse produtor, falar para ele da importância da regularização daquele produto, para que possa ganhar mercados”.
Uma das maneiras destacadas pela assessoria da CNA é a Indicação Geográfica, que é uma certificação conferida a produtos ou serviços que são característicos do seu local de origem,com alto valor agregado.
Conexão de produtores e agroindústrias
Pensando em solucionar parte dos desafios para a integração de pequenos e médios produtores com a agroindústria, o Banco do Brasil criou o Projeto Originação.
Gustavo Freitas, representante do Banco do Brasil, destacou que o projeto já envolve grandes empresas no Brasil como a BRF e JBS, e conta com produtores de grãos, animais e frutas.
Ele destacou o papel do banco no agronegócio brasileiro. Somente nesta safra 22/23 já foram desembolsados R$ 165 bilhões dos R$ 323 bilhões previstos pela instituição. E o projeto Originação só complementa o portfólio de serviços do banco, sem custo para o produtor ou para a empresa.
“Todo fluxo de caixa que tem entre o produtor e a empresa é dentro do banco. Fazemos o convênio com a agroindústria, que pega a produção com o produtor rural, que pega o crédito, a exemplo do Pronaf, com o Banco”, explica Freitas.
Segundo ele, entre as vantagens para a agroindústria está a fidelização do produtor. “Além da originação e regularidade da produção, ao saber o que está sendo produzido em quantidade e qualidade”, disse.
Outro fator importante é a melhoria na qualidade da matéria-prima oferecida. “Para o produtor rural a vantagem está na garantia da venda e na agilidade de contratação de financiamento junto ao banco”. conclui.
Produtos para exportação
“Quando falamos em exportações, só pensamos em grandes commodities, mas não é bem assim. Temos outros produtos com um grande papel na nossa balança comercial”, disse Rosi Bandeira, assessora de relações internacionais da CNA.
Ela apresentou o Programa AgroBr, programa de exportação para pequenos e médios produtores que querem buscar novos mercados. Uma iniciativa da CNA em convênio com Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
Entre os produtos de pequenos e médios produtores rurais brasileiros com apelo internacional estão o açaí, tapioca, mel, mandioca, mel e frutas.
“Frutas são a grande parte do projeto, mas temos pescado com um número menor, mas com grande potencial para crescer, mel e própolis, e cacau, principalmente de Ilhéus”, enumera Bandeira.
Hoje, o projeto conta com 400 produtores cadastrados, que podem ser encontrados por consumidores internacionais no site https://brazilianfarmers.com/.
O programa identifica potenciais produtores com capacidade de exportar sua produção e potenciais consumidores internacionais, fazendo uma ponte entre eles.
“São sete escritórios nacionais que atendem todas as regiões brasileiras. A assistência técnica identifica os potenciais produtores que são capazes de colocar o produto no mercado internacional”, explica Bandeira.
Além do Brasil, o programa possui escritórios em Xangai e Singapura, para atendimento da China e outros países asiáticos, e em Dubai, para atendimento do mercado árabe e Oriente Médio.
Rosi conta que o projeto auxilia os produtores nas questões regulatórias, análises laboratoriais de produtos para cumprir exigências internacionais, rotulagem, e material de divulgação em outro idioma.
“Estimamos US $71 milhões em rodadas de negócios para este ano”, afirmou.