Especialista dá dicas de combinações da bebida com brie, gorgonzola e gouda
Como se sabe, um bom queijo pede um bom vinho, uma combinação que remete à antiguidade clássica. Para se ter uma ideia, há indícios de que a harmonização de texturas, aromas e sabores de queijos com a célebre bebida tenha se tornado uma arte na França, onde os antigos vinhateiros criaram uma máxima: “Para vender vinho, sirva queijo.”
Com tantas variedades, tipos e classificações, para não errar na hora de escolher qual queijo saborear enquanto se degusta um bom vinho, o sommelier de vinhos, Adriano Di Renzo, especialista em enogastronomia e instrutor do Senac Paraná, há 14 anos, explica que tudo começa com a identificação das características dos produtos em mão.
Segundo ele, a partir da textura e do sabor do queijo, por exemplo, é que se define qual o melhor tipo de vinho para acompanhar. Além disso, a qualidade de ambos é determinante para que a harmonização seja perfeita. “É preciso conhecer o produto, ter a garantia de que o queijo foi produzido com um leite de qualidade e conhecer o tipo, o saborizante e a textura”, explica. “Um bom leite é o diferencial do bom queijo”, resume.
Para quem quer começar a se aprofundar no universo da harmonização, a sugestão é ter sempre em casa três tipos de queijos como coringas: brie, gorgonzola e gouda (ou emmental). Foto: divulgação Sistema FAEP/SENAR-PR
Coringas
Para quem quer começar a se aprofundar no universo da harmonização, Di Renzo sugere ter sempre em casa três tipos de queijos como “coringas”: brie, gorgonzola e gouda (ou emmental). Conforme explica, cada um tem características diferentes e combinam com tipos diferentes de vinho.
De acordo com o especialista, a produção brasileira de vinhos e queijos vem avançando ano a ano em relação à qualidade. “Estamos em um patamar elevado, mas ainda há preconceito, por se tratar de produtos nacionais. Nosso vinho espumante, por exemplo, é um dos melhores do mundo. Às vezes, o consumidor prefere comprar um vinho mediano só por ser do Chile, a escolher um excelente vinho nacional”, analisa.
A harmonização de texturas, aromas e sabores de queijos com o vinho remete à antiguidade clássica. Foto: divulgação Sistema FAEP/SENAR-PR
Ele afirma que o mesmo se aplica aos queijos. “Temos produtos excelentes, premiados até em concursos internacionais. A gente precisa conhecer melhor o que é produzido aqui”, observa e ensina, a seguir, qual a melhor combinação de vinho com os queijos brie, gouda e gorgonzola.
Brie
Queijo nobre com massa cremosa e de casca branca recoberta por um fungo comestível, o brie é feito com leite de vaca. Tem sabor marcante e envolvente, por isso, harmoniza bem com vinhos leves, pouco tânicos. “O brie é uma variedade que envolve mais a boca, entrar nas papilas gustativas. Por isso, precisa de um vinho mais ácido e gelado. Vai muito bem com uma geleia e um vinho rosé”, atesta Di Renzo.
Gorgonzola
Um dos queijos mais antigos do mundo, o gorgonzola contém fungos azul-esverdeados em sua massa cremosa, levemente quebradiça. De sabor intenso, essa variedade pede um vinho seco mais encorpado. “É preciso ter um cuidado para o sabor do vinho não brigar com o sabor forte do gorgonzola. Nesse caso, um tinto como o Carmenere ou Cabernet combina bem”, sugere o especialista.
O gorgonzola é um dos queijos mais antigos do mundo e harmoniza com os vinhos Carmenere ou Cabernet. Foto: Mapa
Gouda
Queijo com textura mais consistente, possui pequenos buracos, decorrentes da formação de bolhas em seu processo de maturação. Seu gosto mais suave e é levemente adocicado ao paladar.
Na opinião de Di Renzo, o gouda pede um vinho que complemente essas notas doces, como os brancos ou rosés. “Essa harmonização também vale para o emmental. Um bom vinho branco vai realçar o tom adocicado do queijo”, diz o especialista.
Prêmio Queijos do Paraná
Di Renzo lembra que termina hoje o prazo para as inscrições ao Prêmio Queijos do Paraná, iniciativa conjunta de criado pela quatro órgãos do Estado – FAEP/SENAR, Sebrae, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná e Sindileite –, que tem despertado a curiosidades dos paranaenses para se aventurar no mundo dos produtos derivados de lácteos.
A partir da textura e do sabor do queijo é que se define qual o melhor tipo de vinho para acompanhar, afirma o sommelier de vinhos, Adriano Di Renzo, especialista em enogastronomia e instrutor do Senac Paraná. Foto: divulgação Sistema FAEP/SENAR-PR
O Prêmio Queijos do Paraná foi criado com o objetivo de reconhecer os melhores derivados produzidos artesanal ou industrialmente, em 19 categorias: 12 voltadas a variedades produzidas a partir de leite de vaca; duas de leite de cabra; duas de leite de ovelha; duas de leite de búfala; e uma categoria para criações, como queijos aromatizados ou condimentados.
A premiação ocorre em 1º de junho deste ano, no Dia Mundial do Leite. A expectativa da comissão organizadora é de que centenas de queijos produzidos no Paraná participem do concurso. As inscrições podem ser feitas opor meio do link: https://www.sistemafaep.org.br/premio-queijos-do-parana/
Fonte:Sistema FAEP/SENAR-PR
Foto:
