Mapeamento auxilia a identificar propriedades responsáveis pelo desenvolvimento do segmento no Estado
Com a utilização de satélites, a Embrapa Territorial (Campinas, SP) mapeou viveiros escavados para aquicultura e tanques-redes nos 18 municípios do Paraná responsáveis por 75% da produção aquícola do Estado, líder nacional nesse setor.
A partir de imagens de satélite com resolução espacial de 10 metros, a pesquisa identificou 2.412 áreas correspondentes a conjuntos de viveiros, além de 32 com tanques-rede, que, juntas, somam 4.059 hectares. O Paraná lidera a produção aquícola brasileira desde 2016, respondendo por 20% dela em 2018.
No Estado, os aquicultores estão concentrados no oeste do território e o principal produto do segmento é a tilápia. O levantamento da Embrapa aponta que a maior parte dos conjuntos de viveiros escavados do Paraná – 78% –ocupam área menor do que 2 hectares.
Desafio
Mapear os viveiros escavados por imagens de satélite tem sido um desafio para a equipe de sensoriamento remoto da Embrapa Territorial. “Já existem técnicas de processamento consolidadas para realce de corpos hídricos em imagens de satélite. A principal dificuldade do trabalho é separar as estruturas destinadas à produção aquícola dos outros usos”, explica a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Territorial, Lucíola Alves Magalhães.
O mapeamento varreu mais de 1 milhão de hectares nos municípios analisados. Dos alvos identificados inicialmente por Índice de Água de Diferença Normalizada (NDWI), o parâmetro utilizado para diferenciar a água em imagens de satélite, mais de 90% foram descartados após análise visual.
Validação
Os resultados foram validados com dados dos pedidos de licenciamento ambiental e outorga de água, além do Sistema Nacional do Cadastro Ambiental Rural (SiCAR). “O método para validação do mapeamento a partir de dados secundários é inédito. Ao decidir pela melhor forma de utilização da informação, a equipe conseguiu validar algumas baterias de viveiros, além de identificar as propriedades aquícolas”, explicou a pesquisadora.
A pesquisa observou que a maior parte tem formato retangular, mas também encontrou alguns em formato circular e até mesmo irregular. “Essas variações em tamanho e formato é o que tem nos motivado a implementar métodos de processamento mais robustos para automatização dos mapeamentos”, adianta Lucíola.
A Embrapa está realizando o mapeamento por imagens de satélite dos viveiros escavados em todo o Brasil e buscando metodologias para automatização do processo e atualização anual, bem como ampliá-lo para 100% dos municípios produtores.