Em Santa Catarina, a iniciativa vem sendo pesquisada e estimulada em projetos realizados em parceria pela Epagri/Cedap e UFSC
Dia 18 de abril, os maricultores do município de Palhoça, na Grande Florianópolis, receberam as primeiras das autorizações para o cultivo da microalga Kappaphycus alvarezii.
A entrega foi realizada na Praia do Cedro, onde estão as azendas de produção de algas e uma unidade de Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagr).
Geração de recursos
Segundo o pesquisador da Epagri/Cedap, Alex Alves dos Santos, a produção de macroalgas vem se firmando como importante fonte de renda para maricultores do Estado, seja comercializada como biofertilizante ou para produção de carragenana, usada como espessante pelas indústrias química e alimentícia.
Há cerca de duas décadas, o Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca (Epagri/Cedap) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desenvolvem estudos para viabilizar a produção da macroalga em Santa Catarina.
Em 2009 começaram os cultivos experimentais em Florianópolis, que depois se estenderam para os municípios de Governador Celso Ramos e Penha. Essas ampliações eram condicionantes para a liberação dos cultivos comerciais, impostas pelo instituto brasileiro do meio ambiente (Ibama), órgão licenciador de espécies exóticas.
Conforme explica Marcelo Ramos, extensionistas da Epagri no município, a licença ambiental foi expedida pela Fundação Cambirela do Meio Ambiente de Palhoça (FCAM), com a participação técnica da Epagri, da Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP), ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e da Secretaria Municipal de Maricultura e Pesca.
Infraestrutura pronta
Edson de Quadra, também extensionista da Epagri em Palhoça, afirma que os maricultores locais estão ansiosos para iniciar a produção comercial de macroalgas. Um bom exemplo é José Joscelino da Silveira, que já investiu em equipamentos e outras infraestruturas, para iniciar a produção de biofertilizante a partir da nova matéria-prima, com vistas a atender os agricultores da região.
A macroalga é nativa de regiões tropicais do continente asiático, como Indonésia e Filipinas, que são os maiores produtores mundiais. Por ser de uma região mais quente, ela não consegue se reproduzir sozinha no Brasil, onde a sua propagação é vegetativa. Isso representa uma importante segurança ambiental, pois garante que a espécie exótica não vai se reproduzir descontroladamente.
No Brasil, os plantios e replantios são realizados com pequenos ramos retirados do vegetal. Os ramos rebrotam e crescem em ciclos que variam de 30 dias a 60 dias, dependendo da época do ano. No verão os ciclos são menores e vão aumentando à medida que a temperatura esfria.