A expectativa dos produtores é obter de 601,5 mil toneladas de frutas com sabor e aparência diferenciadas e, portanto, mais valorizadas
Maior produtor nacional de maçã, Santa Catarina deverá ter a safra com a melhor qualidade da história. Mesmo com uma redução na quantidade, os produtores esperam obter frutas com sabor e aparência diferenciadas e mais valorizadas no mercado nacional e internacional. A abertura oficial da colheita foi realizada dia 17, em São Joaquim, e contou com a presença do secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva.
“Além de maior produtor nacional, Santa Catarina é um grande exportador de maçãs, isso faz com que toda a economia do nosso estado se fortaleça. Tivemos um ano difícil, com a estiagem, mas superamos as adversidades”, disse o secretário Altair Silva.
Por conta da alta qualidade, a demanda pela fruta tem sido maior.Foto: Aires Mariga/Epagri
“Estamos celebrando a abertura da colheita com a nossa equipe da Epagri e da Cidasc e ao lado dos produtores, os verdadeiros protagonistas, que fazem o agro acontecer e levam o nome de São Joaquim para o Brasil e para o mundo”, acrescentou.
Expectativa
Santa Catarina espera uma safra de 601,5 mil toneladas, mais da metade de tudo o que é produzido no País. Embora tenham sofrido os impactos da estiagem, os produtores estão confiantes, por conta da qualidade das frutas colhidas. Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira de Produtores de Maçã, Moisés Lopes de Albuquerque, as frutas mais doces são características dos anos mais secos e acabam sendo mais valorizadas pelos mercados compradores.
“Temos frutas com uma qualidade excelente, doces, bastante suculentas, firmes e aromática. Em termos de sabor, essa é a melhor safra da nossa história. Como a fruta está bastante atrativa, a demanda também tem sido maior”, relata Albuquerque. “Nas primeiras semanas do ano, os produtores já têm vendido um volume maior do que no ano passado, em função da demanda do mercado”, acrescenta.
As principais variedades produzidas no Estado são Gala e Fuji. Foto: Aires Mariga/Epagri
O Estado conta com aproximadamente três mil produtores, basicamente agricultores familiares na região de São Joaquim e Fraiburgo. Em Santa Catarina, as principais variedades produzidas são Gala e Fuji.
Apoio do Governo
Os fruticultores de Santa Catarina contam com o apoio da Secretaria de Estado da Agricultura para a proteção de pomares, trazendo mais segurança à produção. No último ano, cerca de 60 agricultores aforam atendidos com o Programa Investe Agro SC – Incentivo à Cobertura de Pomares, com recursos superiores a R$ 70,4 mil.
Com o programa, a Secretaria da Agricultura subvenciona os juros dos financiamentos contraídos pelos produtores rurais para a instalação de tela antigranizo. Os financiamentos têm um limite de R$ 120 mil, juros de até de 2,5% ao ano e durante um período máximo de oito nos.
A abertura oficial da colheita ocorreu em São Joaquim, dia 17 de março. Foto: Divulgação/SAR
Diferencial
Santa Catarina faz parte da única região do mundo a erradicar a Cydia pomonella, praga, também conhecida como traça da maçã, que pode causar grandes prejuízos aos produtores rurais e está longe do território catarinense há cerca de 10 anos.
A Cydia pomonella é o pior inseto praga da fruticultura no mundo e mantê-la fora de Santa Catarina exige um trabalho contínuo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e produtores rurais.
A abertura de mercados foi um dos resultados obtidos após a erradicação da praga, pois a qualidade geral dos frutos também é preservada, pois não é necessário o uso de inseticidas para o controle da doença nos pomares.
