Eficácia foi encontrada nos produtos oriundos do alecrim-pimenta, tomilho e orégano
Estudo desenvolvido por cientistas da Embrapa Meio Ambiente em parceria com bolsistas da Faculdade de Jaguariúna mostrou que óleos essenciais de alecrim-pimenta, tomilho e orégano são eficazes contra Salmonella typhimurium e Staphylococcus aureus, ambos patógenos de origem alimentar.
De acordo com os pesquisadores envolvidos no estudo, a aplicação desses óleos essenciais, em substituição aos sintéticos, pode ser feita diretamente nos alimentos, para consumo por animais ou seres humanos, a fim de controlar ou inibir a proliferação desses microrganismos.
“Dos 41 óleos essenciais analisados, os que apresentaram potencial para serem utilizados no controle de Salmonella e Staphylococcus estão disponíveis comercialmente e podem ser aplicados diretamente nos alimentos”, informa a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Ana Penteado.
Porém, segundo a pesquisadora, existe a necessidade de se realizar testes adicionais para cada tipo de aplicação. “Como a composição dos óleos essenciais pode mudar, dependendo das condições de cultivo da planta e do método de extração, a sua caracterização é de extrema importância”, alerta Ana.
Vantagens
Como os óleos essenciais são considerados seguros pela Food and Drug Administration (FDA), a vantagem é que eles podem ser utilizados como conservante naturais em alimentos, substituindo os sintéticos.
“Com isso, obtém-se uma melhor proteção contra microrganismos, reduz-se o processo de deterioração sensorial, mantém o teor nutricional dos alimentos, bem como evita uma possível produção de substâncias tóxicas”, explica a pesquisadora.
Outro ponto destacado pela cientista da Embrapa é que, pelo fato de os óleos essenciais serem compostos por misturas complexas de substâncias, a possibilidade de formação de cepas resistentes a essas substancias é bastante remota.
Aplicações
A bolsista do Departamento de Engenharia Ambienta da Faculdade de Jaguariuna, Raquel Andrade Eschionato, explica que o potencial de aplicação desses óleos no controle dos patógenos estudados é amplo.
“Entre as possibilidades de uso dos óleos e/ou componentes isolados que apresentaram melhores atividades estão a confecção de embalagens bioativas de liberação controlada e durante o desenvolvimento de novos produtos alimentícios, a fim de controlar ou inibir a proliferação desses microrganismos”, lista a bolsista.
Para conhecer os compostos presentes nos óleos estudados foram realizadas análises pela técnica de cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (GC-MS) para a caracterização dos óleos essenciais.
Estudos futuros poderão comprovar o efeito inibitório dos patógenos estudados por esses óleos essenciais selecionados em diversos tipos de alimentos, o que atenderá à demanda por alimentos mais seguros e saudáveis para seres humanos e animais.