Do momento da compra, nas prateleiras do supermercado, até a forma de cortar e armazenar, é importante ficar atento a algumas práticas que ajudam a conservar os queijos em casa, aumentando sua durabilidade
O queijo é um alimento presente em muitas culturas que envolvem a gastronomia e, por ser essa razão, é necessário que o consumidor saiba como manter sua qualidade e sabor, na pré e pós-compra.
Antes das dicas, é importante ressaltar que, no caso do Brasil, é impossível não associá-lo à gastronomia de Minas Gerais, e, principalmente, ao famoso “queijinho mineiro”. O Estado, que tem uma das tradições queijeiras mais antigas do País, é também o maior produtor nacional, responsável por aproximadamente 25% da produção total.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq), o tipo de maior consumo no Brasil é a mussarela, por se tratar de um produto que pode ser utilizado como ingrediente em diversos pratos. Em segundo lugar estão os queijos frescos, seguidos pelos queijos especiais, como os de mofo branco, azul, gorgonzola, entre outros.
Ainda de acordo com a Abiq, a cada ano é possível encontrar mais ofertas de queijos no mercado, fato que amplia as opções de compra e aumenta os índices de consumo dos brasileiros.
A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), no Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT), em Juiz de Fora, atua com pesquisas e fabricação de queijos há quase 85 anos. Umas das publicações mais recentes da empresa é o manual técnico “Queijo Minas Artesanal”, que está disponível gratuitamente para download, e ensina o produtor a evitar os principais problemas de fabricação do produto. Porém, além do papel do produtor, o consumidor também pode adotar algumas medidas que garantam a qualidade do queijo.
Cuidados desde a compra
Para o professor e pesquisador da Epamig-ILCT, Adauto Lemos, com algumas dicas simples é possível conservar os queijos de maneira correta e aumentar a durabilidade sem perder sabor e qualidade. Os cuidados, segundo Adauto, são observáveis desde a compra.
Nos supermercados, feiras ou padarias o consumidor deve estar atento à integridade da embalagem. Nesse sentido, evite adquirir queijos vendidos em embalagens violadas ou com furos, mesmo que pequenos. Outra dica importante é observar pontos de mofo e cores não uniformes no produto. Além disso, desconfie de queijos com as bordas não íntegras e, como usual para todos os alimentos, jamais adquira e consuma queijos fora do prazo de validade.
O professor explica que ao chegar em casa o consumidor precisa retirar os queijos de suas embalagens originais e descartá-las. Em seguida, é preciso colocar os queijos em pratos e cobri-los com panos levemente umedecidos. Se após certo tempo o queijo ainda não tiver sido consumido, mantenha-o o mais próximo do congelador possível. De acordo com Adauto, isso ajuda na conservação do produto.
“O mais importante é saber que o queijo precisa ser bem conservado para estar apto para consumo. Após cobrir o queijo com o pano discretamente umedecido é preciso virar esse queijo todos os dias. É normal que ao longo de duas semanas o queijo forme uma casca”, pontua Adauto.
O corte também influencia
A forma como o queijo é cortado também influencia o sabor do produto. O professor afirma que uma fatia de queijo deve ser cortada bem fina. Além disso, para extrair o máximo de sabor do produto na boca, não devemos mastigar o queijo em um primeiro momento.
“Corte uma lâmina bem fina e leve o queijo à boca. Para degustar por completo e conhecer a intimidade do queijo você não deve mastigá-lo, ao contrário, você deve deixá-lo harmonizar na boca e ali conhecer com profundidade tudo o que ele te oferece: textura, odor, cheiro e sabor”, conclui Adauto.