A chegada do frio pode ser desafiadora para os produtores de ovinos, mas cuidados básicos com atenção especial aos ovinos recém-nascidos evitam perdas de animais e prejuízos na atividade
A estação fria do ano merece atenção redobrada dos criadores de ovinos. Segundo o veterinário Eduardo de Oliveira, da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos, SP), as baixas temperaturas aumentam o risco de morte dos recém-nascidos.
No entanto, ele orienta que o manejo adequado contribui para reduzir as perdas de cordeiros e que produtores devem apostar no planejamento da estação de parição das ovelhas para que não coincida com os meses de inverno.
Caso isso não seja possível, o veterinário diz que é necessário providenciar locais com barreiras contra o vento e o frio.
“É preciso ter instalações adequadas para que, principalmente, o vento noturno não atinja os animais. A oscilação da temperatura no decorrer do dia e da noite é um problema para os cordeiros e pode ocasionar graves doenças respiratórias, como pneumonia e broncopneumonia”, explica.
Oliveira conta, ainda, que o acúmulo de fezes nos currais também favorece à oscilação de temperatura dos ovinos, podendo causar enfermidades.
Final da gestação
Os manejos não se resumem apenas a práticas relacionadas a baixas temperaturas. Alguns cuidados são essenciais e devem começar no final da gestação da ovelha, como a nutrição adequada. Assim que o cordeiro nasce, ele precisa mamar o colostro logo nas primeiras seis horas de vida, por exemplo.
Para o veterinário Raul Mascarenhas, também da Embrapa Pecuária Sudeste, o colostro é fundamental para o bom desenvolvimento do animal. Além disso, o filhote não recebe imunidade através da placenta e sim pelo colostro. Em caso de partos múltiplos, os criadores devem assegurar que todas as crias tenham acesso ao colostro e, dessa forma, receberem os anticorpos.
Outro procedimento logo após o nascimento é a pesagem e a identificação.
“Assim que o animal nasce, na Embrapa Pecuária Sudeste, mães e filhotes são levados ao curral de manejo para receberem a identificação com brincos e chips”, explica Mascarenhas.
Além disso, ele conta que também são realizadas a pesagem dos animais, a cura do umbigo do cordeiro e a vermifugação da mãe. Após os cuidados iniciais, os cordeiros acompanham as mães no pasto.