As soluções da entidade Colaboração Brasileira de Bem-estar Animal (Cobea), visa facilitar avanços no setor
Promover o bem-estar animal no Brasil e na América Latina, por meio de uma colaboração multi-stakeholder pré-competitiva de toda a cadeia de proteína animal, é o principal objetivo da Colaboração Brasileira de Bem-estar Animal (Cobea).
A entidade foi lançada oficialmente durante o simpósio “Brasil: Rumo à liderança global em proteína animal sustentável – Onde estamos e para onde vamos?”, realizado pela startup Produtor do Bem, em junho do ano passado, em São Paulo.
José Ciocca, diretor-executivo da Produtor do Bem e um dos idealizadores da Cobea, conta que a ideia de criar o projeto nasceu após o primeiro Simpósio promovido pela startup também realizado no ano passado.
“A partir das discussões do primeiro evento, pensamos que seria importante criar uma iniciativa da indústria envolvida com a proteína animal, para trazer soluções e facilitar avanços do setor. Vimos a importância de unir players que, em outras situações, não estariam dividindo a mesma mesa”, destaca.
O Cenea quer melhorar o diálogo e identificar as sinergias necessárias na cadeia de proteína animal como um todo Foto Colaboração Brasileira de Bem-estar Animal (Cenea)
Bem-estar animal e práticas sustentáveis
O grupo é uma iniciativa inédita no Sul Global e nasce de um crescente interesse e proatividade de algumas empresas da cadeia brasileira em termos de bem-estar animal e práticas sustentáveis, além da necessidade de maior colaboração para avançar nesta questão.
Sem fins lucrativos, a Cobea nasce com a participação de um grupo inicial de importantes empresas da indústria alimentícia brasileira e internacional.
LEIA TAMBÉM
70% da produção nacional de carne suína têm avanços no bem-estar animal
Sinergias
Segundo a coordenadora da Associação, bem-estar animal e práticas sustentáveis Tjarnstrom, a expectativa é que nos próximos meses mais empresas do setor alimentar façam parte da iniciativa, como produtores, indústria de alimentos, serviços de alimentação, restaurantes, varejistas e até mesmo de pet food.
“É fundamental que a representação seja tão ampla quanto possível no longo prazo, pois estamos trabalhando para melhorar o diálogo e identificar as sinergias necessárias na cadeia de proteína animal como um todo”, afirma.
Ela explica que a Cobea quer abordar coletivamente as barreiras sistêmicas à melhoria do bem-estar animal na indústria e acelerar o progresso nas principais questões.
“As empresas associadas poderão se reunir para compartilhar experiências e desafios, e identificar possíveis soluções e áreas onde é necessário sair de um status reativo e passivo para um cenário proativo e colaborativo sobre as questões de bem-estar”, ressalta.
A coordenadora acrescenta que “ao adotar uma linguagem e entendimento comuns em torno dos atuais desafios ao progresso, acreditamos que a Cobea tem o potencial de melhorar o foco e o esforço conjunto dentro da indústria”, observa.
Plataforma e interface
Elisa explica ainda que a iniciativa também funciona como uma plataforma e interface que possibilita um diálogo com organizações no Brasil e em outras regiões, facilitando a colaboração não só nacional, mas também internacional.
“Isso permite empoderar as empresas brasileiras na sua comunicação em torno do bem-estar animal, e destacar ações e iniciativas na região, demonstrando o interesse crescente no bem-estar animal e promovendo uma abordagem proativa para melhorias. A iniciativa congrega e envolve toda a cadeia produtiva para criar impacto no bem-estar animal, dentro e fora da associação”, reforça.
O avanço em direção a práticas mais sustentáveis que incluam integralmente o bem-estar animal é um dos propósitos do Cenea Foto Colaboração Brasileira de Bem-estar Animal (Cenea)
LEIA TAMBÉM
Sistema alimentar mais ético
José Ciocca destaca que a Produtor do Bem está viabilizando essa iniciativa porque a startup acredita que são necessárias ferramentas adicionais, além da certificação, para tornar o sistema alimentar mais ético e sustentável.
“Sabemos que essas são questões complexas e que as empresas são limitadas no que podem alcançar individualmente”, sublinha.
Em sua visão, são necessárias mudanças sistêmicas em que todos contribuam.
“Só trabalhando em conjunto poderemos avançar em direção a práticas mais sustentáveis que incluam integralmente o bem-estar animal”, completa o diretor-executivo.
Empresas interessadas no bem-estar animal
Elisa informa que a Cobea planeja se reunir regularmente para discutir desafios e identificar as chaves necessárias para a indústria.
A coordenadora acentua que empresas interessadas no bem-estar animal e que entendem a importância do trabalho colaborativo para avançar nessa questão podem se inscrever e participar da entidade. “Estamos entusiasmados, porque há agora uma vasta oportunidade para a cadeia de proteína animal brasileira se unir para demonstrar proatividade, melhores práticas e uma forma dedicada e estratégica de trabalhar para melhorar o bem-estar animal”, conclui Elisa.
Fonte: Colaboração Brasileira de Bem-estar Animal (Cenea)
Foto abertura: Granja de suínos – Colaboração Brasileira de Bem-estar Animal (Cenea)
