Reduções na demanda pelo consumidor interno e no volume de exportações da carne bovina para a China levam à queda de preços da carne bovina cair. Foto: Divulgação
A redução na demanda pelo consumidor e no volume de exportações da carne bovina para a China têm provocado o recuo nos preços do produto no varejo. Esse movimento, de acordo com levantamento feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), reflete a variação no preço da arroba do boi gordo ao produtor que, em média, já caiu em torno de 5% desde o início do ano.
Segundo o Mapa, os preços do boi gordo, registrados no último dia 24 de janeiro, estavam cotados entre 170 e 180 reais. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, foi registrada uma queda 10,5%, na comparação entre o preço de R$ 190, em 30 de dezembro de 2019, e o fechamento no dia 24, em 170 reais.
Ainda conforme o Ministério da Agricultura, a redução é ainda maior ao avaliar o comportamento do mercado em relação ao início de dezembro passado, quando a arroba chegou a R$ 216, conferindo uma queda da ordem de 21% em relação a esta sexta-feira.
O recuo no preço da carne também foi verificado no levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último dia 23. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação, captou uma forte desaceleração no valor do produto.
O Mapa destaca que, de um aumento de 17,71% em dezembro, a variação no preço da carne chegou a 4,83% em janeiro, puxando a inflação do País para baixo.
Fatores de pressão
Coordenador-geral de Apoio à Comercialização da Agricultura Familiar do Mapa, João Antônio Salomão diz que, além da questão das exportações, outros fatores contribuíram para pressionar o preço para baixo.
“Nesse período, há uma tendência de menor consumo de carne bovina, em virtude das férias e houve também uma mudança de hábito do consumidor, que migrou para a compra de outros tipos carnes, como frango e peixes”, avalia o executivo.
O Ministério da Agricultura aponta que, no varejo, os preços devem seguir tendência de queda, em virtude da demanda enfraquecida. O valor de cortes traseiros, que têm cotações mais altas e mais sensíveis à variação do mercado, registrou forte queda, como a alcatra. Enquanto em dezembro esse corte teve uma variação de 21,26%, neste mês, foi 4,49%, de acordo com o IPCA-15, do IBGE.
