O Brasil deve ampliar as exportações de produtos do agronegócio para a Arábia Saudita. O anúncio foi feito durante uma reunião entre o CEO da Saudi Food and Drug Authority (SFDA) daquele país, Hisham bin Saad Al Jadhey, e a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na segunda-feira, 16 de setembro.
Foram autorizadas pela SFDA, autoridade sanitária saudita, as exportações de castanhas, derivados de ovos e a ampliação do acesso a frutas brasileiras. Somados, os produtos representam um mercado potencial superior a US$ 2 bilhões.
Hisham Al Jadhey mencionou que a Arábia Saudita importa 80% dos alimentos que consome, provenientes de mais de 150 países, e que o Brasil é importante parceiro para garantir a segurança alimentar do país. Ele ressaltou ainda a qualidade dos produtos brasileiros e demonstrou satisfação com a diversificação da pauta agrícola do Brasil.
A ministra destacou o Brasil como potencial fornecedor de outros produtos de excelente qualidade para a Arábia Saudita, como arroz, açaí, sucos e forragens.
Entre os produtos mais vendidos para os sauditas estão carne de frango (in natura), açúcar de cana (bruto), carne bovina (in natura), soja (grão e farelo), milho, açúcar refinado e café (solúvel e verde). Em 2018, as exportações de produtos agropecuários ao país renderam US$ 1,696 bilhão. Foram mais de 2,959 milhões de toneladas. A carne de frango representou 47,4% do valor vendido em 2018 para a Arábia Saudita (US$ 804 milhões e 486 mil toneladas).
Atuação da CNA
Uma comitiva da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) iniciou sua participação na missão oficial do Ministério da Agricultura, ao Oriente Médio, em busca da ampliação da pauta exportadora dos produtos do agro brasileiro.
A superintendente de Relações Internacionais da instituição, Lígia Dutra, e a assessora técnica da Comissão Nacional de Aves e Suínos, Ana Lígia Lenat, integram a delegação, liderada pela ministra Tereza Cristina, que visitou o Egito no fim de semana e terá compromissos na Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes.
Durante a semana, o grupo terá encontros com autoridades públicas e com o setor privado da região. Na segunda (16), a delegação cumpriu agenda na Arábia Saudita, onde esteve na Câmara de Comércio de Riade, capital do país, e participou de um encontro com lideranças da indústria avícola árabe junto com o governo brasileiro.
“É um mercado tradicional para proteínas animais e também será uma oportunidade para diversificar a pauta com outros produtos”, explica Lígia.
Oficialmente, a viagem começou pelo Egito, no domingo. Na ocasião, a CNA participou do Seminário de Negócios Brasil-Egito, com a presença de representantes dos governos e empresários dos dois países, que discutiram oportunidades de negócios para o agro dentro do acordo de livre comércio Mercosul-Egito.
“O Egito vem reduzindo as tarifas para nossos produtos. Por isso temos de conhecer melhor este mercado para aproveitar oportunidade de negócios”, afirmou Dutra.
Para a assessora técnica da Comissão Nacional de Aves da CNA, Ana Lenat, o Oriente Médio é um mercado que merece atenção especial do agronegócio brasileiro. “São países que gostam da carne brasileira e pagam bem por ela. E certamente isso pode ser bom para o produtor rural, pois vai impactar sua rentabilidade”, ressalta.