Novos materiais da Embrapa destinam-se ao corte e pastejo e produção de grãos
Uma gama de cultivares de milho e sorgo para atender desde o pequeno produtor ao agricultor empresarial foi lançada pela Embrapa Milho e Sorgo, sendo três híbridos e uma variedade de milho e quatro híbridos de sorgo com dois propósitos: corte e pastejo e produção de grãos.
Os lançamentos fazem parte do programa de melhoramento genético da Embrapa, que disponibiliza aos produtores cultivares cada vez mais produtivas e adaptadas às diferentes regiões do Brasil. Entre as cultivares de sorgo, destacam-se dois híbridos graníferos resistentes ao acamamento e indicados para plantios de safrinha nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, e dois híbridos de sorgo para corte e pastejo. Um dos diferenciais de uma dessas cultivares, o BRS 810, é a presença de um gene que confere maior digestibilidade e melhor conversão alimentar, com consequentes ganhos em produção de carne e leite na pecuária bovina.
Milho: híbrido BRS 1055
Híbrido simples de milho de ciclo semiprecoce com porte médio/alto e grãos semidentados de cor avermelhada. Apresenta elevada produtividade e estabilidade de produção, alta prolificidade, elevada tolerância ao acamamento e quebramento, moderada resistência a quatro doenças foliares e é mau hospedeiro para o nematóide Melodoygenes javanica. Apresenta boa relação custo/benefício pela produtividade superior à maioria dos híbridos simples em diversos tipos de ambientes: de alta e baixa produtividade; com e sem estresse hídrico; safra e safrinha e terras altas e baixas. Para a produção de silagem, apresenta plantas de porte médio com ótima produção de massa e boa digestibilidade da matéria seca. Pode ser cultivado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e estado do Paraná (Norte, Noroeste e Oeste do estado), para plantios de safra e safrinha, sem restrição de altitude. Recomenda-se evitar o plantio do BRS 1055 em épocas tardias de safrinha devido ao seu ciclo ser semiprecoce e em áreas com severa incidência de grãos ardidos e doenças foliares para as quais é suscetível.
Sorgo: híbrido BRS 332
O BRS 332 é um híbrido simples de sorgo granífero de porte médio e ciclo médio a tardio, com boa resistência ao acamamento e ampla adaptabilidade em plantios de sucessão nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Apresenta alto nível de produtividade e estabilidade de produção, com grãos vermelhos de boa qualidade, endosperma semiduro e de cor branca, tipo de panícula semiaberto. O híbrido BRS 332 é considerado moderadamente resistente à antracnose quando se compara o seu próprio desempenho e em relação às linhagens BR 005R e SC 283 consideradas padrões de resistência. Quando se compara à reação da linhagem Tx 623B (padrão de susceptibilidade), esse híbrido apresenta reação de resistência. O comportamento do BRS 332 em relação ao ataque de ferrugem o classifica como resistente. Comparando-se a sua reação com a de alguns outros híbridos comerciais e de cultivares susceptíveis verificou-se que esse híbrido apresenta alguma vantagem considerando-se as suas notas que são relativamente baixas. Não se observou incidência de cercosporiose, helmintosporiose, mancha zonada e mosaico, mesmo considerando-se que nos ambientes de avaliação do híbrido tenha sido observada a ocorrência dessas doenças. Por outro lado, apresenta susceptibilidade ao míldio em condições de casa de vegetação e susceptibilidade moderada em condições de campo. No entanto, o tratamento de sementes é suficiente para evitar a evolução da doença. Com relação ao ataque da doença açucarada do sorgo (“ergot”) as avaliações, no campo, em plantios de sucessão, o híbrido não se mostrou vulnerável.
Híbrido BRS 3040
Híbrido triplo de milho, ciclo precoce, com alta produtividade e estabilidade de produção; nos dados médios nos ensaios em que participou apresentou florescimento masculino e feminino de 55 dias, altura de planta de 217 cm e altura de espiga de 114 cm; muito boa tolerância ao acamamento e quebramento; mau hospedeiro para o nematoide Melodoygenes javanica; grãos dentados de cor laranja, recomendado para safra e safrinha em todo o país (exceto região Subtropical). Para produção de silagem, apresentou plantas de porte médio com ótima produção de massa e excelente digestibilidade da matéria seca. Impacto: elevado retorno financeiro pela produtividade superior à maioria dos híbridos triplos, em diversos tipos de ambientes: de alta e baixa produtividade; com e sem estresse hídrico; safra e safrinha e altitudes acima e abaixo de 700m.
Híbrido BRS 1060
Híbrido simples de milho de ciclo semiprecoce com porte baixo e grãos semidentados de cor avermelhada. Apresenta excelente tolerância ao acamamento e quebramento, elevada produtividade e estabilidade de produção, alta prolificidade, porte baixo, moderada resistência a duas doenças foliares e uma de colmo e é mau hospedeiro para o nematoide Melodoygenes javanica. Apresenta boa relação custo / benefício pela produtividade e tolerância ao acamamento e quebramento superiores à maioria dos híbridos simples, em diversos tipos de ambientes, com destaque para plantios em época de safrinha. Para produção de silagem, apresenta plantas de porte médio com ótima produção de massa e ótima digestibilidade da matéria seca. Pode ser cultivado nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e estado do Paraná (Norte, Noroeste e Oeste do estado) para plantios de safra e safrinha, sem restrição de altitude. Recomenda-se evitar o plantio do BRS 1060 em épocas tardias de safrinha, devido ao seu ciclo ser semiprecoce, e em áreas com severa incidência de grãos ardidos e das doenças foliares para as quais é suscetível.
Híbrido BRS 330
Híbrido simples de sorgo granífero de porte e ciclo médios com boa resistência ao acamamento e ampla adaptabilidade em plantios de sucessão nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Apresenta alto nível de produtividade e estabilidade de produção, com grãos vermelhos de boa qualidade, endosperma semiduro e de cor branca, tipo de panícula semiaberta. O híbrido BRS 330 é considerado moderadamente resistente à antracnose quando se compara o seu próprio desempenho em relação às linhagens BR 005R e SC 283, consideradas padrões de resistência. Quando se compara à reação da linhagem Tx 623B (padrão de susceptibilidade), esse híbrido apresenta reação de resistência. O comportamento do BRS 330 em relação ao ataque de ferrugem o classifica como resistente. Entretanto, comparando-se a sua reação com a de alguns outros híbridos comerciais e de cultivares susceptíveis, verificou-se que esse híbrido apresenta alguma vantagem considerando-se as suas notas que são relativamente baixas. Não se observou incidência de cercosporiose, helmintosporiose, mancha zonada e mosaico, mesmo considerando-se que nos ambientes de avaliação do híbrido tenha sido observada a ocorrência dessas doenças. Por outro lado, apresenta susceptibilidade ao míldio em condições de casa de vegetação e susceptibilidade moderada em condições de campo. Com relação ao ataque da doença açucarada do sorgo (“ergot”) as avaliações, no campo, em plantios de sucessão, o híbrido não se mostrou vulnerável.
Variedade BRS CAIMBÉ
Variedade de milho com ciclo precoce e bom potencial de produção. Planta com altura média de 242 cm (altura até a inserção da última folha); altura média de espigas de 132 cm; coloração das raízes aéreas com forte presença de antocianina; folhas de coloração verde-escuro; pendão médio e com forte manifestação da antocianina; espigas cilíndricas, com média de 14 fileiras de grãos; sabugo de coloração branca; espigas bem empalhadas; grãos semidentados, de coloração alaranjada; boa resistência ao acamamento e quebramento; boa uniformidade; recomendado para plantios de safra e safrinha para as regiões Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste e para o Paraná (Norte, Noroeste e Oeste do estado).
Híbrido BRS 802
Hibrido simples de sorgo de pastejo. É mais uma alternativa para sistemas de produção de forragem à disposição de pecuaristas tecnificados. Seu uso preferencial como forrageira é corte verde e pastejo direto. Apresenta alto potencial de produção de matéria seca em cortes ou rebrotas sucessivas, podendo alcançar produtividades superiores a 20 t de matéria seca ou 100 t de matéria verde por hectare. Produto versátil, adaptando-se facilmente a diversos sistemas de produção de forragem e agrossilvopastoril, sendo muito útil para produção de cobertura morta. Apresenta fácil estabelecimento a partir de sementes de alto poder germinativo e vigor, rápido crescimento a partir do vigésimo dia de vida, extraordinária capacidade de rebrota e perfilhamento, alta tolerância a estresses hídricos e de temperatura elevadas, alto valor nutritivo, excelente aceitação pelos animais, alta digestibilidade (ou degradabilidade pelo rúmen), excelente adaptação a sistemas de pastejo rotativo ou diferido e palha persistente no solo para cobertura morta e plantio direto. Boa resistência às principais doenças foliares, além da resistência ao míldio.
Híbrido BRS 810
Descritores básicos: Híbrido de sorgo de pastejo oriundo do cruzamento entre as espécies Sorghum bicolor (L.) Moench. e Sorghum sudanense Piper. São plantas de ciclo anual, desenvolvem-se durante a estação do verão, alcançam de 1,5 m a 3,7 m de altura. Possuem folhas abundantes, longas e delgadas, colmos finos e suculentos e grande capacidade de perfilhamento. Apresenta plantas mutantes bmr, ou seja, exibe uma pigmentação amarronzada na nervura das folhas e na medula do caule, associada aos tecidos lignificados a partir do momento em que a planta apresenta em torno de cinco folhas expandidas. Essas plantas mutantes bmr possuem menor teor de lignina polimerizada e uma quantidade considerável de substâncias polifenólicas solúveis que não interferem na digestibilidade da parede celular como as ligninas normais. Apresenta abundante perfilhação, alta capacidade de rebrota, excelente palatabilidade e aceitação pelos animais, além de alto valor nutritivo. Esse híbrido é altamente resistente à seca e adaptado à produção de biomassa sob condições de estresse ambiental. Cresce muito rapidamente e com aproximadamente 30 a 40 dias já fornece um pasto de alta qualidade. Seu uso preferencial como forrageira é corte verde e pastejo direto. Apresenta alto potencial de produção de matéria seca em cortes ou rebrotas sucessivas. Boa resistência às principais doenças foliares, além da resistência ao míldio.