Planta que produz óleo da polpa com alto teor de ácido oleico, tem despertado interesse do mercado para produção de biodiesel e bioquerosene, além do óleo da amêndoa, cujas características peculiares são bem vistas pelas indústrias de farmácia e alimentos
Pesquisas de genética com a macaúba, palmeira que produz óleo da polpa com alto teor de ácido oleico, vêm despertando interesse do mercado de produção de biodiesel e bioquerosene, além do óleo da amêndoa, muito rico em ácido láurico, cujas características peculiares são bem vistas pelas indústrias farmacêuticas e alimentícias.
É o que atesta a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
Os estudos estão à frente dos demais conduzidos no País, conforme garante o pesquisador do Instituto Carlos Colombo. A expectativa agora é que, em sete anos,seja lançada a cultivar desta palmeira. “Como resultado da experiência adquirida ao longo de oito anos, trabalhando com a macaúba, é do IAC também o trabalho que propõe a planta ideal de macaúba para fins de cultivo em escala comercial, considerando atributos importantes, como o tamanho dos frutos, teor e composição de óleo e altura da planta”, afirma Colombo.
Primeiro experimento
Há dois anos, o IAC instalou o primeiro experimento nacional de avaliação de progênies de macaúba, em áreas experimentais da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), nos municípios de Pindorama e Presidente Prudente (SP). Estas progênies são frutos de cinco anos de avaliação de plantas, em cerca de 30 municípios paulistas e mineiros.
Vinculado à APTA, o Instituto Agronômico de Campinas identificou ainda que, em alguns casos, a macaúba é uma planta bianual, como o café. Até 2018, a equipe de pesquisadores do IAC pretende instalar outros três experimentos de avaliação de progênies, a partir de novas observações, em áreas consideradas estratégicas do ponto de vista sócio econômico e ambiental.
Colombo explica que o fruto da macaúba é rico em óleos concentrados no mesocarpo e endosperma. “A concentração de óleo no mesocarpo pode atingir valores superiores a 70%, sendo rico em ácido oleico, muito apreciado para consumo humano e para o biodiesel, em função de sua maior estabilidade à oxidação e operabilidade a baixas temperaturas”, relata.
Concentração do óleo
Segundo o pesquisador, a concentração do óleo no endosperma é, em média, de 54%, com alto teor de ácido láurico, matéria-prima para fabricação de cosméticos e de outros produtos de saponificação. “As porções do mesocarpo e endosperma também geram tortas e rações, excelentes suplementos alimentares para humanos e animais, em virtude da rica composição nutritiva, com 9% e 32% de proteína, respectivamente”, complementa.
Outra porção do fruto de grande valor econômico é o endocarpo, que apresenta elevado poder calorífico. “Esta parte pode ser aproveitada com excelentes rendimentos em gasogênios, operações metalúrgicas e siderúrgicas”, diz.
Atualmente, pesquisadores do IAC coordenam dois projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Iniciado no Instituto Agronômico de Campinas em 2014, o projeto “MacaubEST: atlas transcriptômico da macaúba” deverá representar um marco nas pesquisas em genética da macaúba. Em 2016, será divulgado para a comunidade científica o primeiro projeto de sequenciamento do genoma desta espécie.
Pioneirismo
A macaúba é considerada a palmeira de maior ocorrência no Brasil. Pode ser encontrada, sobretudo, em Cerrados da região Centro-Sul do País, onde cresce naturalmente e forma grandes populações. Em São Paulo, é encontrada em grande quantidade em pastos, bordas de matas, margens de estradas, áreas de relevo acidentado e, principalmente, em áreas de conservação, sobretudo na região do Pontal do Paranapanema, onde estão as maiores populações naturais da espécie.
Esta região, que abriga a maior reserva de Mata Atlântica do interior do Estado e o maior contingente de pequenos agricultores assentados, apresenta condições favoráveis para o plantio comercial da macaúba, principalmente em sistemas agroflorestais.
Colombo diz que o objetivo é incentivar o plantio da macaúba consorciada com pastagens, com foco na diversificação da produção agrícola e recuperação de áreas degradadas.
“Por ser uma árvore nativa, também teria grande apelo para plantio em áreas de proteção permanente ou reserva legal, conforme determinam as leis vigentes”, ressalta o pesquisador do IAC, Carlos Colombo.
Ele ainda destaca que as pesquisas com macaúba reforçam o pioneirismo do Instituto ao dar início ao melhoramento genético da espécie Acrocomia aculeata, popularmente conhecida por macaúba, grande promessa para o setor agrícola brasileiro.
Distribuição geográfica
Esta palmeira apresenta ampla distribuição geográfica, com ênfase na América Tropical e Subtropical, desde o Sul do México e Antilhas e grande parte da América do Sul, chegando até o Sul do Brasil.
Estimativas de produção do óleo, a partir de populações nativas de macaúba, são da ordem de 4 millitros por hectare por ano. Fazendo uma comparação, a soja pode produzir 650 litros; o girassol, 1,5 mil; a mamona, 2 mil; o pinhão-manso, 2,4 mil e o dendê, 6 mil litros por hectare, por ano, na Indonésia e Malásia, países de maior produção.
“Vale destacar que o dendê é muito exigente em água e precisaria ser irrigado quando plantado em ambientes com déficit hídrico, estando na contramão da economia de água e da sustentabilidade que buscamos para as culturas brasileiras”, avalia, Colombo.
Fonte: Da redação, com informações do IAC
Distribuição geográfica
Esta palmeira apresenta ampla distribuição geográfica, com ênfase na América Tropical e Subtropical, desde o Sul do México e Antilhas e grande parte da América do Sul, chegando até o Sul do Brasil.
Estimativas de produção do óleo, a partir de populações nativas de macaúba, são da ordem de 4 millitros por hectare por ano. Fazendo uma comparação, a soja pode produzir 650 litros; o girassol, 1,5 mil; a mamona, 2 mil; o pinhão-manso, 2,4 mil e o dendê, 6 mil litros por hectare, por ano, na Indonésia e Malásia, países de maior produção.
“Vale destacar que o dendê é muito exigente em água e precisaria ser irrigado quando plantado em ambientes com déficit hídrico, estando na contramão da economia de água e da sustentabilidade que buscamos para as culturas brasileiras”, avalia, Colombo.