OrquidaRio democratiza conhecimento e aquisição em exposições
Maior associação orquidófila da América Latina, com mais de 200 associados, a OrquidaRio vem democratizando o conhecimento e a aquisição de orquídeas por meio das exposições que promove anualmente no Museu da República e no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro. Os meses escolhidos para as mostras – maio, junho e setembro – reúnem a maior concentração de orquídeas floridas, aumentando a variedade de plantas de diferentes cores, tamanhos, formas e aromas.
Exposições
Há mais de 15 anos a OrquidaRio organiza as mais badaladas exposições de orquídeas na Cidade do Rio de Janeiro. Pelo segundo ano consecutivo, o evento “Orquídeas no Museu” reuniu, em julho passado, estandes dos maiores colecionadores particulares e orquidários comerciais do Estado do Rio de Janeiro, como Florália, Binot, OrchidCastle, Orquidário Itaipava e Itaipava Garden. O público pôde participar de workshops gratuitos sobre cultivo, a cada duas horas, e comprar orquídeas floridas por preço a partir de R$ 15,00 e mudas sem flores por R$ 5,00 a R$ 10,00, durante os três dias de evento.
Preços atrativos
Segundo Sérgio Velho, presidente da OrquidaRio, os valores das plantas durante a exposição são bastante atrativos porque elimina o intermediário. “A venda é feita diretamente pelo cultivador ao consumidor”. Ele acredita que o aumento do número de cultivadores também esteja contribuindo para a redução do preço das plantas. “Por outro lado, as especiais podem ser adquiridas por colecionadores por até R$ 3.000,00”, ressalta.
Jardim Botânico
Nos meses de maio e setembro, as exposições acontecem no Jardim Botânico. Bem maiores, reúnem mais de 3.000 flores de 13 orquidários de todo o país, oferecendo aos visitantes espécies adaptadas a regiões de climas diferentes. Parte do calendário oficial da cidade, a cada edição, as exposições registram um novo recorde de público. As plantas expostas são julgadas em várias categorias por especialistas da OrquidaRio e as premiadas recebem uma fita indicando sua colocação no julgamento.
Em todos os eventos organizados pela OrquidaRio o público visitante pode participar de oficinas de cultivo e das palestras que acontecem durante o evento.
Homenagem
Na Exposição “Orquídeas na Primavera”, realizada pela OrquidaRio no início de setembro no Jardim Botânico-RJ, a flor homenageada foi a orquídea brasileira Cattleya intermedia, de flores grandes, forma e coloração variadas (róseas, lilás, púrpuras, albas, coeruleas etc). Esta espécie já foi uma planta comum e abundante no litoral das regiões Sul e Sudeste. Floresce entre setembro e novembro e, até há algumas décadas, usava-se a expressão “um mar de intermédias”, tal a densidade de sua ocorrência naqueles locais. A espécie ocorre como epífita, isto é, sobre troncos de árvores. Vive também sobre pedras ou diretamente sobre a areia, na vegetação litorânea dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro.
Restingas e costões
No estado do Rio de Janeiro, a C. intermedia hoje é encontrada apenas em um pequeno trecho de restinga, na Região dos Lagos, em área incluída no Parque Estadual da Costa do Sol. O ambiente, com vegetação baixa sobre dunas de areia, é de grande fragilidade, sob a influência de ventos constantes e alta insolação, vem sendo reduzido e degradado pela ação humana, com a abertura de estradas, construção de condomínios e vilas residenciais; a retirada de areia; o depósito de lixo e as queimadas; além da coleta de espécies ornamentais. Acredita-se que, em pouco tempo, a espécie só estará presente dentro de áreas de conservação e em áreas particulares de proprietários bem esclarecidos quanto aos princípios da conservação.
Mais cobiçada
As orquídeas são as plantas mais evoluídas do reino vegetal.
Em todo o mundo, 35 mil espécies desta flor estão catalogadas. Já os híbridos, como são chamados os cruzamentos de duas flores diferentes, chegam a 100 mil reconhecidos. O Brasil é o quarto país do mundo em quantidade de espécies. São mais de 2.500 variedades, sendo 1/3 delas originais do Rio de Janeiro.
A Cattleya intermedia é uma das cattleyas mais cobiçadas por colecionadores e tem sido bastante usada também para hibridação. Há várias décadas, orquidófilos brasileiros e, em especial os gaúchos, vêm promovendo o “melhoramento” da espécie, aproveitando-se das inúmeras variedades horticulturais de forma e cor que selecionaram. O uso da C. intermedia na criação de híbridos começou em 1856, na Inglaterra. Desde então, mais de 3.500 híbridos usando esta espécie brasileira foram registrados.
Como escollher sua orquídea e cultivá-la
Beleza e Saúde – Identifique as formas, cores, tamanhos e perfumes que mais o atraem. Preste atenção para só adquirir plantas saudáveis. Procure verificar se as folhas estão livres de pragas e sem manchas. As raízes devem estar em boas condições.
Condições de Cultivo – Se você escolher cultivar uma espécie, se informe sobre o ambiente natural onde ela ocorre. As Cattleya intermedia, por exemplo, crescem sobre solos de boa drenagem (areia), sobre árvores ou arbustos de casca grossa e áspera (corticeira no RS) e, mais raramente, sobre rochas. São plantas que ocorrem em regiões de baixa altitude, suportando grandes variações de temperatura. Ocorrem em locais de alta luminosidade, tendo como proteção a vegetação associada, não densa.
Meio de cultivo ou substrato – Sua orquídea pode ser plantada em uma mistura de casca de pinus com pedras pequenas e carvão vegetal, fibra ou “quenga” de coco, em esfagno (musgo) e outros substratos de uso mais regional. No caso das cattleyas bifoliadas como a C. intermedia, o meio de cultivo mais utilizado atualmente é a mistura com casca de pinus. Cada tipo de substrato exige uma rega diferente. O uso do xaxim como substrato, antes muito difundido, é hoje proibido, pois a planta está em processo de extinção pela exploração excessiva.
Regas – As orquídeas em geral – e as cattleyas em especial –, precisam ser regadas de uma a três vezes por semana, dependendo de alguns fatores importantes. Frequentemente ouvimos a pergunta: “Quando devo molhar?” A resposta é relativa, pois vai depender da planta em questão, da estação do ano, do local de cultivo, do tipo de substrato e do vaso usado. Uma regra que pode ser seguida para todas as cattleyas, e várias outras orquídeas, é que a planta deve receber água quando o seu substrato estiver seco. Durante os meses mais frios, as regas devem ser reduzidas. E atenção: é mais fácil matar a sua orquídea pelo excesso, do que pela falta d’água e evite “pratinhos” que possam acumular água e apodrecer as raízes.
Adubação – Fora de seu ambiente natural, as orquídeas precisam de adubação periódica e planejada. Os adubos podem ser minerais ou orgânicos. Procure as fórmulas mais completas, com macro (N, P e K) e micronutrientes. Siga sempre a orientação do fabricante.
Plantio e Replante – Cattleya intermedia e seus híbridos, assim como grande parte das orquídeas, podem ser cultivadas em vasos de barro ou plástico de tamanho compatível com o da planta. É aconselhável o replante pelo menos a cada dois anos, tendo em vista a decomposição ou deterioração do material de cultivo.
Luminosidade – Luz é essencial para a fotossíntese e floração. As diversas espécies e híbridos de Cattleya requerem alta luminosidade, embora a exposição direta ao sol deva ser restringida: pela manhã (até às 9h) ou à tarde (após às 16h). Em geral, quando as folhas estão com cor verde escuro e não florescem, é sinal de que estão precisando de mais luz; quando as folhas estão amareladas, significa que estão recebendo excesso de luz (e, provavelmente, pouco nitrogênio na adubação).
Pragas e Doenças – As orquídeas, como todas as plantas, estão sujeitas a ataques de diversas pragas e a doenças causadas por insetos, fungos, vírus ou bactérias. A primeira e melhor iniciativa para evitar que isto aconteça é manter sua planta forte, sob condições adequadas de cultivo. Observações detalhadas e periódicas são fundamentais para que se detecte o problema logo no início, quando é ainda possível controlá-lo. Procure informar-se corretamente para saber qual o melhor tratamento. Se optar por usar defensivos agrícolas, todos os cuidados com a sua saúde e o ambiente devem ser seguidos.
Floração – Cada espécie e híbrido tem a sua época determinada de floração que, geralmente, ocorre uma vez por ano. No caso da Cattleya intermedia, as flores abrem entre agosto e novembro, dependendo da variedade e da temperatura no local de cultivo. Convém marcar a época de floração de cada espécie e examiná-las periodicamente, pois, caso não floresçam na época definida, você poderá detectar que algo errado está acontecendo com a sua planta e tomar providências.
Cultivo sobre árvores – Retire a orquídea do vaso, remova o substrato antigo tomando cuidado para não quebrar as raízes vivas, as gemas e as brotações e limpe a planta retirando o material que estiver seco (folhas, hastes florais e raízes). Além de evitar a proliferação de doenças, este procedimento estimula o surgimento de raízes novas, imprescindíveis para o sucesso do cultivo. Observe que árvores muito copadas impedem a luminosidade, e as de troncos que descascam prejudicam a fixação das raízes. Utilize para a fixação fitilho plástico, barbante ou qualquer material biodegradável que possa ser retirado quando a planta estiver bem enraizada. Nunca utilize arame ou fio de nylon, pois estes podem cortar ou machucar as raízes, e tome cuidado para não fixar a planta com as gemas e brotos na direção do tronco, impedindo seu crescimento.