O ano de 2010 ainda não foi dos mais fáceis para as exportações brasileiras de frutas frescas, apresentando ligeira queda de 2,6% em comparação ao ano anterior. Puxaram para baixo os números a venda de melões, maçãs, limões e bananas. Já a manga e a uva tiveram um incremento de 13% e 11,4% respectivamente, ou seja, nada menos que 124 mil toneladas de manga e 60,8 mil toneladas de uva abasteceram o exigente mercado externo durante o ano passado.
A explicação para o bom desempenho de vendas externas dessas duas frutas no ano de 2010 é que seu pólo exportador fica na região do Nordeste brasileiro, onde o clima colaborou, diferente do cenário de 2009. O resultado foi uma safra com bom volume de produção e excelente qualidade de comercialização para o mercado externo.
De acordo o engenheiro agrônomo do Ibraf – Instituto Brasileiro de Frutas, Cloves Ribeiro Neto, a queda nas vendas externas das demais frutas observadas nos dois últimos anos ocorreu devido à baixa demanda internacional, que ainda vive sob o reflexo da crise de 2008, principalmente a Europa, responsável pela compra de 78% da produção nacional de frutas. Outro fator apontado por ele foi a taxa cambial desfavorável.
Moacyr Saraiva Fernandes, presidente do Ibraf, acredita na recuperação por parte dos países desenvolvidos para o ano de 2011, o que terá forte impacto sobre os produtores brasileiros. “Com a recuperação das economias da Europa e Estados Unidos, a busca por nossos produtos deve subir naturalmente”, afirma.
Novos mercados
O Ibraf, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos – Apex-Brasil, realizou um estudo para analisar os mercados emergentes para as frutas e seus derivados, visando incluir novas áreas no Projeto de Promoção das Exportações das Frutas Brasileiras e seus Derivados – Brazilian Fruit.
Países como Estados Unidos, Emirados Árabes, Arábia Saudita, África do Sul, Angola, Rússia, Hong Kong e China aparecem neste estudo como mercados em expansão para as frutas brasileiras e seus derivados. “Estamos atentos a estes mercados e de malas prontas para as principais feiras internacionais”, resume Moacyr. Ainda de acordo com o presidente do Ibraf, o principal empecilho para maior penetração das frutas brasileiras no exterior não é a qualidade ou oferta, mas a falta de acordos fitossanitários do governo com os mercados mais importantes, como os EUA e a China.