Startup usa automação de pivôs para promover assertividade nos processos, diminuindo o consumo de energia e água no campo
Ser referência em tecnologia para o agronegócio na América do Sul. Foi com essa ideia em mente que o Engenheiro de Telecomunicações e CTO da Soil Tecnologia, Igor Mendes Pereira, deu início ao sonho de trabalhar no segmento e fazer a diferença.
“Sempre quis empreender e, em 2018, chamei o, até então, meu colega de república, também engenheiro de telecomunicações e atual COO da empresa, José Augusto Silveira de Queiroz, para abrirmos uma empresa. Começamos a estudar em que atuar, até que ele disse “ambos viemos de famílias que dependem do agronegócio, o que acha de abrirmos uma startup de tecnologia para o agro?”, lembra o engenheiro.
Depois de decididos, eles começaram a estudar o mercado para entender qual seria a melhor forma de ingressar no segmento. Foi então que, com base nesses estudos e no conhecimento de campo de ambos, o foco foi em desenvolver automação de pivôs.
A solução
Conforme explica Mendes, com a tecnologia criada pela empresa, que é uma das integrantes do SNASH, hub de inovação apoiado pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), o agricultor melhora significativamente a operação com os pivôs, e, assim, tem mais assertividade no processo, diminuindo, consequentemente, o consumo de energia e água desnecessários.
“As soluções da Soil impactam o segmento de irrigação ao trazer maior precisão e eficiência para o manejo dos pivôs. Com a nossa tecnologia, os agricultores conseguem otimizar suas operações, ajustando o uso de água e energia de forma mais assertiva, o que reduz o desperdício e contribui significativamente para a sustentabilidade”, reforça.
Outro ponto destacado pelo CTO da empresa é a economia na logística, uma vez que o agricultor não precisa ficar se descolocando por quilômetros todos os dias para o manuseio e a fiscalização da irrigação, trazendo economia em combustível e desgaste de veículos.
“Esse benefício logístico não só diminui os custos operacionais, mas também reduz a emissão de gases poluentes, promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis. Ao melhorar a eficiência em vários níveis, as soluções da Soil tornam o agro mais competitivo e ambientalmente responsável”, comenta.
Além disso, o engenheiro ressalta que, ao reduzir a necessidade de monitoramento manual e melhorar a tomada de decisões em tempo real, as soluções da empresa ajudam os produtores a superar desafios de infraestrutura e logística, especialmente em áreas distantes.
“Essas ações não apenas beneficiam o desempenho econômico das operações agrícolas, mas também promovem práticas mais responsáveis do ponto de vista ambiental. Em um contexto em que a demanda por eficiência e sustentabilidade cresce, nós desempenhamos um papel crucial na evolução e no futuro do setor”, complementa.
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Gargalos e expectativas
Dentre os principais desafios do setor, na avaliação do profissional, estão as telecomunicações, pelo fato de o Brasil ser um país de tamanho continental, porém, com a conectividade falha, o que acaba sendo uma barreira na questão de levar tecnologia para o campo. “Outro ponto é a expansão comercial que, também por contra das dimensões demográficas, demanda parcerias fortes espalhadas pelo país”, pontua.
Segundo ele, atualmente afetado pela política, o setor agro tem sentido bastante dificuldade na captação de recursos bancários para investimento, visto que, muitas vezes, o agricultor trabalha com o dinheiro do banco para produzir e crescer.
“Porém, acredito que essa verba dos bancos irá chegar aos produtores para que atendam as demandas de 2024/2025. Acredito também que os impactos da catástrofe no Sul ainda não foram refletidos no mercado, podendo causar mudanças na próxima safra devido à produção da Região Sul”, prevê.
Por fim, ele argumenta que as perspectivas de futuro, a longo prazo, são boas, por conta do aumento da demanda alimentícia no mundo em conjunto com a preocupação com o meio ambiente. “Acredito que, para atender a demanda mundial, será necessário potencializar a produtividade através da tecnologia, pois, só assim, será possível produzir mais sem agredir o meio ambiente”, finaliza o CTO.