Plataforma ajuda na redução de incêndios, fazendo com que as propriedades se adaptem melhor e sejam mais resilientes diante das mudanças climáticas (Foto: Vater Campanato/Agência Brasil)
Com 130 torres de monitoramento em todo o Brasil e um portfólio de 25 clientes, a umgrauemeio — startup que integra o SNASH, uma iniciativa da Sociedade Nacional de Agricultura – está fazendo uma diferença real na luta contra os incêndios florestais e agrícolas.
Sua tecnologia inovadora está ajudando a proteger o meio ambiente, as comunidades e as economias locais, ajudando o país a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa.
Em entrevista à Revista A Lavoura, Osmar Bambini, co-fundador da umgrauemeio, fala como a empresa está revolucionando a forma de monitorar, detectar e responder a incêndios de forma eficiente.
“Somos principalmente uma Fire Tech. Uma tecnologia para adaptação, considerando que os incêndios florestais estão cada vez mais agressivos, e acabam impactando também as áreas agrícolas, de plantio florestal, cana-de-açúcar, proteção do solo da soja”, conta o co-fundador da empresa.
Bambini enfatizou a importância dessa tecnologia em um momento em que os incêndios florestais estão se tornando mais devastadores, afetando não apenas as áreas naturais, mas também as áreas agrícolas e urbanas.
Ele ressaltou que a missão da umgrauemeio, por meio da plataforma Pantera, é reduzir esses incêndios e ajudar as propriedades a se adaptarem e serem mais resilientes diante desses desafios.
“A umgrauemeio vem com essa missão de reduzir esses incêndios, de ajudar essas propriedades a se adaptarem e serem resilientes para conseguir mitigar os danos causados pelos incêndios descontrolados, pelo fogo que surge agravado pelo aquecimento global, pela baixa umidade, que começa a encontrar fronteiras onde antigamente não encontrava.”
Gestão de incêndios
O Pantera consiste em uma plataforma completa para gestão de incêndios, com diferentes módulos que abrangem desde a prevenção até a análise de impacto.
Um dos diferenciais é sua capacidade de detectar incêndios em menos de três minutos, graças ao uso de câmeras de alta resolução instaladas no topo de torres de comunicação.
Essas câmeras, juntamente com algoritmos de inteligência artificial, são capazes de identificar focos de incêndio e enviar alertas em tempo real para os operadores, permitindo uma resposta rápida e eficaz. Além disso, o Pantera utiliza satélites como backup para garantir uma cobertura abrangente, especialmente em áreas remotas.
“O sistema consegue detectar o foco em menos de três minutos, a partir do marco zero, do giro dessa câmera, que é 360 graus, tem uma visibilidade média de 20 quilômetros, a gente tem uma detecção nesse raio de 120 mil hectares, então dá para cobrir às vezes, dependendo do tamanho da propriedade, dá para cobrir cinco propriedades”, explica Bambini.
“Tudo que estiver no meio do caminho, que pareceu um incêndio, ela vai avisar o operador”, completa.
O sistema também oferece suporte à gestão de recursos durante a resposta ao incêndio, permitindo que os operadores visualizem a localização das equipes de combate e coordenem suas ações de forma eficiente. Isso tem se mostrado crucial para reduzir o tempo de resposta e minimizar os danos causados pelos incêndios.
Além de monitorar e detectar incêndios, o Pantera também fornece uma análise detalhada dos impactos ambientais, estimando as emissões de CO2 e identificando áreas de desmatamento. Essas informações são essenciais para projetos de conservação e carbono, ajudando a melhorar a qualidade e o valor do carbono produzido.
A umgrauemeio já monitora mais de 17 milhões de hectares e conquistou diversos clientes importantes, incluindo empresas do setor agrícola e florestal, como BP Bunge, Suzano e Ester Agroindustrial.
Essas empresas relataram resultados significativos após a implementação do Pantera, incluindo uma redução de até 90% na área queimada da BP Bunge, cerca de 80% de redução no tempo de resposta aos incêndios da Suzano, e 100% de redução em multas ambientais por incêndios para a Ester Agroindustrial.
Além disso, a empresa integra o projeto Abrace Pantanal. A iniciativa, é um dos maiores projetos do mundo de preservação ambiental por meio da detecção rápida e melhor combate à incêndios, conta com a articulação da umgrauemeio e participação da Brigada Aliança, do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), do Polo Socioambiental Sesc Pantanal e da JBS. Para se ter uma ideia da dimensão do projeto, os 2,5 milhões de hectares de área nativa a serem protegidos praticamente equivalem à extensão territorial da Bélgica.