Startup trabalha com uma base de multi-sensores para solos tropicais, ajudando agricultores a produzirem alimentos saudáveis, energia limpa e fibras de qualidade
Nascida de um grupo de pesquisa instalado na Unesp – (Universidade Estadual Paulista), uma das melhores universidades da América Latina, a Quanticum — que integra o SNASH, um hubs de startups apoiado pela Sociedade Nacional de Agricultura – é uma empresa de alta tecnologia especializada no entendimento, mapeamento e manejo dos solos tropicais.
“A Quanticum é uma deep tech que nasceu da necessidade de compreender melhor a terra em que cultivamos nossos alimentos”, explica Diego Siqueira, CEO da Quanticum, em entrevista à Revista A Lavoura.
A startup trabalha com uma base de multi-sensores para solos tropicais. Seu objetivo é ajudar produtores, consultores e empresas sustentáveis a produzirem alimentos saudáveis, energia limpa e fibras de qualidade.
A tecnologia da Quanticum permite um diagnóstico preciso e indireto dos tipos de argila do talhão, considerando a alta precisão e a complexidade dos solos tropicais brasileiros.
“Nossa tecnologia se baseia em analisar os minerais do solo, algo que muitos nem consideram ao tomar decisões agrícolas”, conta o CEO.
Relação entre minerais e qualidade do cultivo
A chave para entender a importância dessa abordagem está na relação direta entre os minerais do solo e a qualidade dos cultivos.
Diego nos leva por um raciocínio lógico: se a composição mineral do solo influencia diretamente nas características dos alimentos, compreender esses minerais se torna crucial para otimizar a produção agrícola.
“Ao entender o tipo de mineral presente no solo, podemos recomendar os adubos mais adequados, aumentando a eficiência dos nutrientes absorvidos pelas plantas e, consequentemente, melhorando a qualidade dos alimentos produzidos”, acrescenta.
Pesquisa e desenvolvimento
Mas como a Quanticum consegue analisar esses minerais de forma tão precisa? A resposta está em décadas de pesquisa e desenvolvimento, combinadas com parcerias estratégicas e tecnologia de ponta.
“Desde a minha graduação em 2003, venho participando de projetos que envolvem a coleta e análise de amostras de solo em todo o Brasil”, revela o CEO.
“Com o tempo, essa enorme base de dados georreferenciados se tornou a espinha dorsal da nossa empresa, permitindo-nos criar modelos preditivos avançados sobre a composição mineral do solo.”
Essa expertise não passou despercebida pelo mercado. Com mais de 150 clientes, incluindo desde pequenos produtores até grandes cooperativas como a Cooxupé, que reúne quase 20 mil cafeicultores.
“Nosso objetivo é democratizar o acesso à informação sobre o solo, seja através da venda direta de análises ou da certificação de laboratórios parceiros (…) Queremos ajudar tanto o pequeno produtor quanto grandes empresas a tomarem decisões mais embasadas e sustentáveis em suas operações agrícolas.”
Redação A Lavoura