A Mastera conecta a ciência produzida nas universidades a médias e grandes empresas em busca de inovação. Na foto, os fundadores Tainan Lamas e Rafael Vivian em St Louis (EUA), berço do agronegócio moderno
A startup Mastera está transformando o setor de inovação ao atuar como ponte entre a pesquisa científica e o mercado, atendendo uma demanda crescente por soluções tecnológicas no agronegócio.
Co-fundada por Tainan Lamas e Rafael Vivian, ex-gerente de inovação da Embrapa, a Mastera foi criada para suprir um “gap” existente entre a produção de conhecimento nas universidades e a aplicação prática dessas descobertas.
“Tem um volume enorme de pesquisa científica que é gerada, mas não vai para o mercado”, explica Tainan Lamas em entrevista à Revista A Lavoura.
Ele destaca que a startup – que integra o SNASH (SNA Startup Hub) – soluciona um dos maiores desafios que empresas enfrentam: a dificuldade de transformar conhecimento científico em produtos viáveis.
“Somos uma fábrica de deep techs. Atuamos na construção de soluções tecnológicas da pesquisa até sua implementação no mercado”, diz.
“Não substitui o P&D das empresas, mas atua como uma aceleradora, ajudando a potencializar inovações em menos tempo e com menor custo. Conseguimos reduzir em até 72% os custos de pesquisa e desenvolvimento para alguns de nossos clientes, sem perder qualidade nos resultados”, afirma.
Dos bancos de tese para a campo
A empresa oferece um modelo pay-as-a-service, sendo a primeira da América do Sul a trabalhar dessa forma, com foco em médias e grandes empresas, organizando suas soluções em três grandes frentes: antes da porteira, dentro da porteira e pós-porteira, cobrindo toda a cadeia produtiva do agronegócio.
A Mastera, por meio de sua plataforma interna, tem sido capaz de filtrar pesquisas acadêmicas globais, combinando teses de diversos países para transformar o conhecimento em produtos tangíveis.
Lamas destacou um exemplo em que “uma combinação de pesquisas de três países diferentes resultou em um novo produto para o portfólio de um de nossos clientes”.
Exportação da ciência brasileira
A startup tem atraído atenção internacional, sendo selecionada como uma das seis empresas convidadas para o Cultivar, uma inciativa que conecta a América Latina com o a região pioneira mundial do agronegócio, Saint Louis, nos Estados Unidos
“Queremos ser um player global no desenvolvimento de soluções tecnológicas aplicadas, trazendo benefícios tanto para empresas quanto para pesquisadores”, diz Lamas.
A expansão global é uma das metas da Mastera para 2024, com planos de abrir uma filial nos Estados Unidos. Lamas compartilhou que essa iniciativa visa fortalecer a exportação de tecnologia brasileira:
“Hoje, quase 90% das tecnologias que usamos são importadas. Queremos mudar esse cenário e ser exportadores de tecnologia.”
Redação A Lavoura