Empresa visa ser o futuro das proteínas (Foto: Divulgação)
Com a maioria do mercado nacional de proteínas alternativas ainda pensando em plant-based, a Typcal, foodtech que integra o SNASH, hub de startups apoiado pela Sociedade Nacional de Agricultura, move-se em direção a um novo rumo ao investir em uma tecnologia própria, baseada em cogumelos, para lançar um novo produto no mercado brasileiro.
“Somos movidos pelo fato da nossa alimentação, para as próximas gerações, estar em risco. Teremos falta de alimentos, proteína e nosso modelo atual é insustentável. Queremos levar saudabilidade para as pessoas e sustentabilidade para o planeta”, destaca o cofundador e CEO da empresa, Paulo Unger Ibri.
Conforme conta Ibri, a startup, criada em 2019 como 100 Foods, realizou sua primeira rodada de captação anjo em abril de 2020, conseguindo 720 mil reais entre investidores anjo e crowdfunding. Ao longo de 2020 e 2021, a marca expandiu a atuação para outros territórios e desenvolveu a linha de produtos análogos à base de plantas.
“Nós somos uma foodtech voltada para o consumo saudável. Os produtos possuem propostas zero calorias, zero açúcar, zero sódio, são isentos de conservantes e corantes artificiais e sem nada de origem animal”, detalha o cofundador da empresa.
O produto
Conforme destaca Ibri, a Typcal é a primeira foodtech de Latam a trabalhar com fermentação de micélio, desbravando esse novo mercado super estratégico e que tem como potencial ser o futuro das proteínas. “Nós produzimos uma proteína de micélio com alto valor nutricional, mas com um impacto ambiental muito menor”, ressalta.
Conhecida como “mush-based”, a nova categoria de produtos traz cortes inteiros, como o primeiro peito de frango à base de micélio. Mas o que é micélio? “É um proteína extraída a partir da fermentação de biomassa de micélio, ou seja, a base de um fungo/cogumelo comestível, resultado de cerca de dois anos de pesquisa dentro da foodtech”, explica Ibri.
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Perspectivas
Em relação ao futuro, o CEO afirma que a meta é ser a primeira empresa da América Latina a produzir este tipo de proteína em larga escala. “Nosso objetivo é dobrar de tamanho, de forma geral, ainda este ano, mas o grande plano para os próximos cinco anos é o micélio. Ano que vem, queremos abrir uma nova rodada para construir nossa planta fabril e escalar a produção”, afirma.
A busca por um produto diferenciado veio de uma inspiração de fora, que está começando a ganhar tração nos Estados Unidos. O micélio é um mercado que, em nível industrial, só existe nos Estados Unidos, Entretanto, segundo afirma executivo, as grandes companhias ainda não entraram neste segmento.
Diante desse cenário, um dos principais objetivos da empresa é de tornar sua solução na proteína mais saudável, sustentável e acessível do mundo. “Estamos desenvolvendo toda a categoria de proteína de micélio e conscientizando as empresas e consumidores sobre essa nova tecnologia”, complementa.
Por fim, ele comenta que, além da conscientização do consumidor e preço, o segmento vem passando por dificuldades principalmente porque a oferta das empresas de hoje não é o que o consumidor está demandando. “O consumidor quer alimentos mais saudáveis, sustentáveis e que ele possa pagar. Atualmente os preços das proteínas alternativas são muito altos. Se equilibrarmos todos esses fatos, as perspectivas são gigantes e, com certeza, se tornará um mercado de bilhões”, conclui Ibri.