Seacarbon: startup está preparada para aproveitar o potencial das algas como uma solução sustentável
A Seacarbon, uma startup sediada em Santa Catarina, está conquistando espaço no setor agrícola com soluções alrnativas aos fertilizantes convencionais.
Sob a liderança de Lucas Welsh, CEO e fundador, a empresa está ampliando sua capacidade produtiva e explorando novas frentes de negócios, consolidando o uso de algas marinhas para agricultura e outros mercados.
Anteriormente conhecida como Algatech, a empresa passou por um processo de rebranding em outubro de 2024, adotando o nome Seacarbon — que também integra o hub de startups apoiado pela Sociedade Nacional de Agricultura, o SNASH.
Hoje, ela opera em uma fazenda marinha localizada em Penha, Santa Catarina, e se especializa no cultivo da alga Kappaphycus alvarezii.
O foco principal da empresa é a produção de extrato de alga, que representa 80% do aproveitamento da biomassa. Este extrato é utilizado tanto diretamente por produtores agrícolas quanto por indústrias de fertilizantes.
“Estamos aumentando nossa capacidade produtiva de 12 toneladas por mês para 8 toneladas por dia com novos equipamentos. Isso nos permite atender a uma demanda crescente e explorar novas possibilidades”, destaca o CEO, em entrevista à Revista A Lavoura.
A empresa também está investindo na pesquisa e desenvolvimento de produtos a partir da parte sólida da alga, incluindo bioativadores de solo e soluções para nutrição animal.
Impacto na agricultura e aprovação do PL dos bioinsumos
Os resultados do uso do extrato de alga da Seacarbon têm sido promissores. Em testes realizados, a produtividade de culturas como soja e milho aumentou entre 10% e 15%, enquanto a produção de batata registrou um incremento de até 42%.
“Temos tido resultados bem expressivos”, afirma Lucas, reforçando o impacto positivo do produto no desempenho agrícola.
A recente aprovação do Projeto de Lei dos Bioinsumos também abre novas oportunidades para a Seacarbon.
“Nosso caminho natural é andar junto com essas empresas de insumos biológicos”.
“A alga é uma solução natural e extremamente nutritiva, com grande potencial para ativar a biologia do solo e melhorar sua capacidade de retenção de água”, explica Lucas.
Diversificação de mercados
Além do setor agrícola, a Seacarbon planeja explorar outras indústrias, como a de nutrição animal – em que as algas podem ajudar na redução de emissões de metano em bovinos –, e a de bioplásticos.
A produção de carragena, utilizada em alimentos e cosméticos, também é uma possibilidade futura.
A empresa trabalha em colaboração com produtores locais para ampliar sua capacidade de produção.
“Penha tem 100 hectares de área marinha cultivável, e estamos aproveitando essa estrutura para crescer de forma sustentável”, diz Lucas.
A biomassa sólida, antes descartada, agora é reaproveitada para nutrição animal e compostagem.
Com a expansão da nova fábrica e a diversificação de mercados, a Seacarbon está bem posicionada para liderar o mercado de biotecnologia marinha no Brasil e além.
“Nosso foco é entrar bem no mercado agrícola antes de expandir para outros setores”, conclui Lucas.