Empresa oferece serviço de análise genômica do solo para identificar possíveis microorganismos danosos ao cultivo de soja e milho (Foto: Andre de Souza/Embrapa)
A partir de uma amostra coletada do solo, é possível gerar mais de 10 milhões de leituras genéticas. Essa leitura do “DNA do solo” permite identificar a presença de insetos, nematóides, fungos e bactérias que vivem no campo, fornecendo informações muito valiosas sobre o campo.
E mais que isso, ajudam a prever os riscos de algumas das pragas mais destrutivas do mundo com 12 meses de antecedência, com mais de 90% de precisão.
É o que a Pattern Ag, startup que integra o SNASH, um Startup Hub apoiado pela Sociedade Nacional de Agricultura, entrega aos seus clientes.
“É possível prever o risco de incidência de pragas e doenças”, diz Pedro Barbieri, country manager da Pattern AG no Brasil, em entrevista à Revista A Lavoura.
“É uma tecnologia acessível. O custo por hectare não é muito diferente da análise de solo convencional, mas com a vantagem de ser uma análise muito mais completa”, explica.
A análise tradicional do solo analisa apenas os níveis de nutrientes e não oferece informações sobre os riscos de pragas e patógenos ou sobre a disponibilidade biológica dos nutrientes do solo.
Já na análise preditiva da Pattern é possível obter mais informações para tomadas de decisões sobre o uso de insumos. Segundo o executivo, a empresa utiliza a mesma tecnologia que foi usada para sequenciar o vírus do covid-19.
Munir o produtor de informações
Esta informação permite aos agricultores reduzir os custos associados ao controle de pragas e agentes patogênicos, incluindo a lagarta da raiz do milho e os nematoides de cisto da soja, levando a práticas agrícolas mais sustentáveis.
“A análise ajuda na tomada de decisão de agrônomos, seja na escolha de sementes mais indicadas e mais resistentes a determinadas condições, seja na aplicação mais eficiente de defensivos agrícolas”, conta o executivo.
Com isso, Barbieri afirma que o produtor pode tomar ações mais lucrativas, e otimizar seus gastos com sementes, proteção de cultivos e fertilidade todos os anos. Segundo ele, uma análise detalhada do solo pode gerar uma redução de custos da produção entre 12% e 15%.
Expandindo a atuação da empresa
A empresa foi fundada em 2018 nos Estados Unidos, onde já realizou análise em mais de 600 mil hectares e mais recentemente começou a operar no Brasil. São três laboratórios de análise espalhados pelo mundo. Dois nos EUA, um na Califórnia e outro no Tennessee, e um no Brasil, em Campinas (SP).
“Temos o maior banco genômico do mundo quando se trata de solo, com material próprio e público”, explica Barbieri.
A empresa planeja expandir o âmbito deste esforço para incluir a análise de amostras de solo de todo o mundo, com uma visão de longo prazo de construir o primeiro mapa global do microbioma do solo.
Veja o vídeo (em inglês) abaixo:
“Hoje atendemos no Brasil 40 mil hectares, em cultivos de milho e soja. Também esperamos expandir nossa atuação para o algodão, e assim, chegarmos a 120 mil hectares no próximo ano”.
Segundo Barbieri, a tecnologia ainda é pouco conhecida por grande parte dos produtores, mas o crescimento do mercado de bioinsumos no Brasil vem impulsionando a demanda por análises de DNA do solo.
“O mercado de bioinsumo e controle biológico vem crescendo muito. E vemos que o nosso serviço possui sinergia com essa tendência”.
Leonardo Alvarenga/Redação A Lavoura
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