Animais de estimação correm riscos de sofrer com desidratação, falta de apetite, exposição a ataques parasitários, entre outros perigos de ordem alimentar, em dias e noites de intenso calor
Estação mais quente do ano, o verão no Brasil começa agora, 21 de dezembro, já causando alguns problemas que podem transformar a vida dos pets em um “verdadeiro inferno”. Para encarar esse período de intenso calor, é importante que os tutores tenham mais disposição para passear, brincar e aproveitar o dia, ou até mesmo a noite, com os animais de estimação.
Os momentos de lazer e de descanso nessa fase devem ser saudáveis e isso exige certos cuidados com os bichinhos, que correm riscos de sofrer com a desidratação, falta de apetite, exposição a ataques parasitários, entre outros perigos de ordem alimentar.
Segundo a médica veterinária Mariana Mauger, a primeira recomendação é levar o pet para passear pela manhã ou no fim da tarde, ou seja, nos horários em que o sol estiver mais ameno, diminuindo as chances de lesões nas patas e na pele em decorrência dos raios solares, além da possibilidade de desidratação do animal.
“O ideal é optar pelo passeio em horários mais frescos, afim de evitar queimaduras nas patas por conta do chão muito quente, e também, pela aplicação do filtro solar, principalmente em cães idosos e filhotes, já que eles têm a pele mais sensível”, salienta ela que, também é sócia da DrogaVET, rede especializada em manipulação veterinária.
Ela indica que seja usado um filtro solar específico para pets, que pode ser manipulado em creme e com fator de proteção 30.
Mais água
Mariana recomenda que, a cada passeio, o tutor leve uma garrafa com água fresca, que deve ser oferecida nas pausas para descanso dos animais de estimação.
“Já em casa, recomendamos a troca da água com frequência, e em dias muito quentes, a adição de cubos de gelos para refrescar o animal. O pote com a comida, por sua vez, deve ser deixado à sombra e lavado após cada refeição, tudo para minimizar o contato do pet com alimentos que ficam expostos a moscas e mosquitos”, orienta a especialista.
Ela cita outra situação importante: durante as altas temperaturas, há um aumento de proliferação de pulgas e carrapatos e, se o animal estiver vulnerável, poderá ser alvo desses parasitas.
“Nesse ponto, os tutores devem sempre olhar a pele do pet, afim de encontrar eventuais parasitas. Os antipulgas, carrapaticidas e vermífugos devem ser administrados corretamente, seguindo os prazos para reaplicação, evitando problemas posteriores como, verminoses, alergias às picadas de pulgas ou, até mesmo, outras doenças decorrentes desse contato”, informa Mariana.
De acordo com ela , as altas temperaturas e o volume maior de chuva colaboram para a proliferação de moscas e mosquitos, que podem se tornar agentes transmissores de doenças como a dirofilariose e leishmaniose.
Doenças mais comuns
Mariana lista as doenças mais comuns durante o verão:
Dirofilariose: doença que pode ser fatal, causada pelo acúmulo de vermes no coração e no pulmão do animal, podendo causar insuficiência cardíaca e doença pulmonar grave.
Leishmaniose: infecção parasitária causada por protozoários que atacam o sistema imunológico dos animais, e em alguns casos, pode ser transmitida para humanos.
Gastroenterite/Giárdia: aqui, segundo a médica veterinária, “a atenção deve ser redobrada, pois essa doença é denominada como uma zoonose e transmitida por um protozoário capaz de atingir os humanos também”.
Os principais sinais são vômitos e/ou diarreia. Perda de apetite e letargia podem ocorrer com o animal. Também existem casos de perda de sangue no vômito e na diarreia, devido a irritação no trato gastrointestinal.
As causas mais importantes costumam ser a ingestão de alimentos em mau estado de conservação, água contaminada, parasitas e até mesmo o estresse causado por altas temperaturas.
Visita ao veterinário
Para a especialista em saúde animal, os tutores devem manter as idas ao veterinário com regularidade nesse período, pois assim é possível identificar doenças graves e iniciar o tratamento de forma rápida e efetiva.
“Outra precaução está no uso de medicamentos, que sempre devem ser prescritos por profissionais veterinários, nas formas e doses corretas, de acordo com a necessidade do pet”, diz Mariana.