Pets que vivem em ambiente onde o cigarro é constante – principalmente gatos, que costumam se lamber mais que os cães – têm mais chances de desenvolver problemas cardiovasculares e pulmonares, como a enfisema e o câncer pulmonar
Os danos causados à saúde humana pelo cigarro são muitos e comprovados pela ciência. De acordo com o Instituto Fernandes Figueira (Fiocruz), o número de mortes causadas pelo tabagismo no Brasil chega a 156 mil ao ano. Além disso, os riscos de problemas cardiorrespiratórios e pulmonares também aumentam para os fumantes passivos, inclusive entre os animais que vivem nesse cenário.
Gerente de Serviços Técnicos Pet da empresa biofarmacêutica MSD Saúde Animal – uma das líderes de mercado no fornecimento de produtos voltados à saúde animal –, a médica veterinária Tatiana Braganholo destaca que muitos estudos têm reforçado as constatações de que a proximidade dos pets com a fumaça do cigarro pode ser tão prejudicial à sua saúde quanto para humanos.
Segundo a especialista, um levantamento da Universidade de Glasgow, por exemplo, mostra que os animais de estimação podem ter até mais chances de desenvolver problemas decorrentes do fumo passivo do que os humanos.
Isso ocorre porque, além de inalar a fumaça, os pets podem ingerir os vestígios de nicotina presentes no pelo, durante sua rotina de limpeza, quando costumam se lamber.
“Em muitos casos, os cães desenvolvem câncer de pulmão ou de cavidade nasal. Já os gatos têm mais chances de ter linfoma”, alerta a médica veterinária.
Maior risco para gatos
Alguns estudos também apontam que os gatos correm mais riscos, quando se trata do fumo passivo. Algumas teorias explicam o motivo, entre elas o fato de esses animais conviverem em outros lares, quando são criados livremente, o que pode fazer com que tenham contato com fumantes, mesmo quando o tutor não tem o hábito de fumar.
Conforme Tatiana, outra linha de pesquisa afirma que, por serem animais mais territorialistas, os felinos tendem a passar mais tempo em casa do que os cães, considerando que eles são criados, na maioria das vezes, em áreas externas.
Isso também proporcionaria aos gatos, ainda de acordo com a médica veterinária, um aumento do contato com a fumaça.
“Os danos em longo prazo são inegáveis para todos os animais. Alguns podem inclusive apresentar alergia ou doenças de pele, por causa do contato constante com a fumaça”, avisa Tatiana.
Mudança de hábito do tutor
Outra dica dela: “Se o tutor não conseguir parar de fumar, o ideal é que mantenha o animal distante da área onde costuma fumar. Sabemos que, algumas vezes, isso pode ser difícil dentro da rotina, mas é um ato de amor e cuidado com os bichinhos”.
A especialista também explica que as cinzas e restos de cigarro devem ficar fora do alcance dos animais, pois, se forem ingeridos, podem causar uma intoxicação.
“Alguns pets, principalmente os de pequeno porte, chegam a entrar em coma, se consumirem grande quantidade de tabaco”, diz Tatiana. Para mais informações, acesse www.msd-saude-animal.com.br.