Aplicativo facilita o encontro entre animais disponíveis em abrigos e interessados em adotar um pet
Além da superlotação e da dificuldade em encontrar adotantes, nos últimos 12 meses, os abrigos de ONGs da causa animal e dos lares de protetores independentes nos últimos 12 meses, estão passando por outro problema: o alto custo da ração.
Com a alta de 22,9% na categoria alimento para pets registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está difícil fechar a conta no fim do mês e aumenta a urgência por novas adoções de cães e gatos por famílias que possam arcar com as despesas, além de dar muito carinho aos animais.
PetPonto
Pensando em ajudar o trabalho de quem dedica a vida à causa animal, seis sócios criaram o aplicativo PetPonto, lançado em 2021. Ele serve de ponte entre os abrigos e os interessados em adotar um pet. Por facilitar o match entre possíveis tutores e os animais ainda sem família, ele foi apelidado de Tinder dos pets e adotantes.
O aplicativo conta com cerca de 500 cadastros identificados em todo o Brasil, entre ONGs, protetores independentes e lares temporários, que juntos compartilham cerca de 3 mil perfis de cães e gatos.
Na plataforma, ao preencher o perfil pessoal, o interessado tem acesso à lista de pets disponíveis, com fotos e informações completas de idade, tamanho e personalidade. As perguntas no cadastro do interessado – como é a constituição do núcleo familiar, qual tempo disponível para o pet, qual a infraestrutura que a pessoa pode oferecer – ajudam as ONGs a mapearem as condições mínimas para a adoção.
Superlotação
“Estamos com superlotação nos abrigos e muitos cães são abandonados e adoecem nas ruas. Quando resgatamos, precisamos que eles passem por uma clínica veterinária para se recuperar, avaliar se tem alguma doença contagiosa que impeça o contato com outros cães, castrá-los e só então achar um abrigo”, relata Fernanda Delboni, sócia do PetPonto.
Segundo Fernanda, que é esposa de um dos mantenedores da ONG Adote um Focinho, que tem gasto R$ 50 mil ao mês, essa não é uma operação simples. “Trabalhar com a proteção animal exige um esforço enorme, que quem abandona não faz ideia”, comenta.
Ao pensar em adotar um pet, uma família deve levar em conta se tem condições financeiras de arcar com alimentação e cuidados. Conforme estimativa do Instituto Pet Brasil, o valor médio das despesas – alimentação de qualidade, banho e tosa, rotina de exercícios e treinamento, vacinas, visitas ao veterinário, medicamentos quando necessário – varia conforme o porte e, no caso dos cães, vai de R$ 274,37 (até 10kg) a R$ 425,24 (de 26 kg a 45 kg). Para os gatos adultos, o cálculo é de cerca de R$ 205,94 mensais.