Outubro é considerado o mês da campanha de conscientização sobre o câncer de mama, principalmente entre as mulheres. Mas você sabia que os pets também podem sofrer dessa doença e que a prevenção e o diagnóstico precoce podem salvar a vida deles?
Recentemente há uma crescente incidência de tumores mamários em cadelas e gatas, e por várias razões. Uma delas é a maior expectativa de vida desses animais, que está relacionada a fatores como a nutrição com dietas balanceadas, vacinação em dia, métodos de diagnóstico precoce e tratamentos eficazes.
O câncer de mama atinge mais cadelas do que gatas, sendo mais frequente após os 5 anos de idade, e com maior incidência após os 10 anos. Machos de ambas espécies são raramente acometidos.
As neoplasias mamárias correspondem a cerca de 50% dos tumores em cadelas e é o terceiro tipo de tumor encontrado em gatas. São mais frequentemente detectadas em animais de meia idade a idosos.
Alguns estudos apontam que a gravidez psicológica e a utilização de anticoncepcionais, por exemplo, estão diretamente relacionadas com o aparecimento de tumores malignos, e estes provocam facilmente a metástase do câncer, agravando ainda mais a doença.
“A causa do câncer nos pets não tem uma origem única, porém alguns fatores podem aumentar as chances de desenvolvimento da doença, como por exemplo o fator hormonal. Distúrbios endócrinos e o uso das chamadas vacinas anti-cio ou anticoncepcionais, podem estimular o desenvolvimento de células com características de malignidade (câncer)”, afirma Lara Torrezan, médica veterinária da Dot Pet.
Como prevenir
A boa notícia é que o câncer de mama tem prevenção. A castração em fêmeas por exemplo, pode diminuir muito a possibilidade do desenvolvimento da doença, principalmente quando realizada antes do primeiro cio (diminui em até 99%).
A incidência de tumores mamários em animais castrados antes do primeiro cio é de 0,5%. Já em cadelas castradas após o primeiro cio, o índice aumenta para 8%.E após dois ou mais ciclos, chega a 26%.
Aproximadamente metade dos tumores em cadelas são malignos. Já nas gatas, apesar de a prevalência da doença ser menor, 80% dos tumores encontrados são malignos.
Diagnóstico
A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para evitar a instalação dessa patologia e elevar as chances de cura em animais acometidos.
Quanto antes diagnosticada a doença, maiores são as chances de cura, por isso a partir dos 5 anos de idade da gata ou cadela, deve-se realizar periodicamente a palpação de todas as mamas.
Qualquer tipo e tamanho de “caroço” (massa) encontrado, é motivo para levar ao médico veterinário que fará o diagnóstico correto, com a ajuda de exames como raio x, biópsia, exame de sangue, tomografia computadorizada, ultrassonografia, etc.
Tratamento
Quando diagnosticado o problema, o tratamento recomendado é a retirada por meio de cirurgia da mama, de um segmento ou de toda a cadeia mamária onde estão localizados os nódulos. A retirada cirúrgica dos linfonodos (gânglios linfáticos) que drenam a mama onde o tumor apareceu também é indicada.
Se há comprovação de disseminação linfática regional, é indicado o tratamento quimioterápico como um complemento ao processo cirúrgico realizado.
É importante consultar um bom especialista antes de tomar qualquer decisão, na medicina veterinária também existem profissionais especializados, os oncologistas.
Chances de cura
Animais diagnosticados com câncer de mama em estadiamento clínico inicial (nódulos pequenos e sem disseminação regional para os linfonodos) têm alta chance de cura. Já quando há evidência do câncer nos linfonodos regionais, o prognóstico é mais limitado, mas com possibilidades de tratamento e cura.
Se o câncer se espalha a outros órgãos (metástase), o prognóstico é desfavorável e um tratamento paliativo é aplicado para manutenção da qualidade de vida.
Em gatas, inclusive, a retirada cirúrgica do câncer de mama deve ser praticada de modo mais agressivo do que em cadelas. O índice de recidiva (quando o tumor volta a crescer no local onde foi retirado) é bastante alto.
Geralmente, é preciso que as gatas realizem o tratamento quimioterápico complementar à cirurgia, já que a possibilidade de disseminação da doença a outro órgão, sobretudo para o pulmão, é relativamente comum na espécie – mais do que em cães.
Após o diagnóstico, em paralelo ao tratamento indicado pelo oncologista, também é possível contar com a ajuda de médicos veterinários especialistas em nutrição (nutrólogos) que podem elaborar uma dieta e ajudar na qualidade de vida do pet.