Novas tecnologias e formas de comercialização colocam o segmento entre os mais rentáveis
Os animais de estimação sempre tiveram lugar de destaque no dia a dia e no coração daqueles que são apaixonados por esses bichinhos. De uns tempos para cá, não é apenas nas residências de seus donos que estes animais têm sido tratados como prioridade. O mercado pet, além de um dos mais concorridos, também é um dos mais rentáveis e pujantes no Brasil e no mundo.
De acordo com levantamento do Instituto Pet Brasil, puxado pelo faturamento do pet food, o setor de produtos e serviços para animais de estimação atingiu um faturamento de cerca de R$ 46,5 bilhões em 2021. E esse mercado continua em ascensão nos pequenos pet shops espalhados pelos bairros, nas redes de franquias, hotéis e, até nas construtoras, despertando uma atenção muito especial.
Com esses números crescendo dia após dia, a concorrência também tem aumentado e promovido inovações em diversas áreas do segmento. Sendo assim, investir em novas tecnologias e estratégias de mercado que garantam a competitividade e rentabilidade no negócio tem sido algo recorrente.
Para falar sobre esse mercado, a Revista A Lavoura entrevistou Caetano Altafin, CEO (Chief Executive Officer) da Woof, startup que, além de comercializar produtos, oferece diversas soluções para o segmento. Leia a entrevista abaixo:
A Lavoura: Como foi idealizada a Woof e quais os objetivos da startup?
Caetano:A startup nasceu inicialmente sob o nome de GoApp.Pet, em 2018, como uma plataforma de adoção de animais. No entanto, desde a infância, os fundadores são tutores de animais de estimação e sentiam falta de ter uma experiência de compra de produtos pet que fosse mais cuidadosa e conveniente. Assim, criaram uma solução que otimiza esse processo.
A Lavoura: Como funciona a Woof?
Caetano: A startup funciona como um ecossistema de soluções para tutores de animais de estimação e para pet shops. No caso dos tutores, eles podem comprar produtos pet com a melhor experiência e com uma jornada pautada no animal de estimação (inclusive com acesso a Woof.Tv, que possui cursos com as melhores práticas para tutores cuidarem bem de seus pets). Ela recebe o pedido online, fornece o atendimento com especialistas em comportamento, veterinários e nutricionistas, além de atendimento com acessibilidade por libras, e passa a venda dos itens para o pet shop local.
Além da Woof para Pet Shops, ela também possui um marketplace B2B (shop.woof.pet) que reúne as promoções dos fornecedores e distribuidores, que é divulgada para a rede de pet shops afiliados. Assim, o pet shop compra produtos de inventário com até 80% de desconto, como se fosse um clube de compras. Logo, esse pet shop consegue vender mais barato porque consegue comprar mais barato, ganhando competitividade.
A Lavoura: Quantos parceiros a empresa tem atualmente?
Caetano: A empresa possui a maior rede de afiliados do Brasil, superando a casa de 3 mil pet shops afiliados. É a única pet shop online do Brasil que tem entrega grátis e no mesmo dia em cerca de 270 cidades.
A Lavoura: O mercado pet está entre os mais importantes quando o assunto é lucratividade. Em sua opinião, o que é preciso para se destacar nesse segmento?
Caetano: É preciso melhorar a experiência de compra de produtos pet e nutrir o comportamento do tutor com informações relevantes sobre animais de estimação. Também é necessário pensar no desenvolvimento sustentável do setor, prestando apoio a pet shops locais, que ainda representam 40% da indústria, frente às megastores, que equivalem a 15% e estão avançando sobre esses estabelecimentos.
A Lavoura: Em relação à logística, quais os desafios e como a startup lida com essa segmentação, considerada um grande gargalo da comercialização de produtos em âmbito nacional?
Caetano: A empresa lida através dos pet shops locais (que no desenho da Woof funcionam como um operador de last mile por sua capilaridade). Da perspectiva da indústria, de fornecedores e distribuidores, a startup busca aprimorar gargalos logísticos existentes, justamente com o objetivo de dar mais competitividade aos pet shops e maior inteligência e giro de estoque em benefício da indústria. Esse é um dos focos estratégicos da startup em seus próximos passos.
A Lavoura: Quais os principais benefícios oferecidos pela startup?
Caetano: Dentre os principais benefícios para os tutores de animais de estimação estão a experiência positiva e a conveniência na compra de produtos pet, com destaque para o atendimento personalizado com veterinários, especialistas em comportamento, nutricionistas e demais profissionais, o que culmina em benefícios para os próprios animais.
Já para os pet shops locais, os benefícios são digitalização, com um site sem custo para a venda de produtos por assinatura e com inteligência de negócios incluída, uma maquininha da Stone com um sistema de gestão ERP integrado, e, por fim, um mostruário de loja que transforma a experiência no ponto de venda, idealizado pelo time de branding e expansão da empresa. O resultado é economia e competitividade para o pet shop local. O objetivo ao desenvolver a solução Woof para Pet Shops foi ser um verdadeiro game changer para os mais de 40 mil pet shops locais existentes no Brasil.
A Lavoura: O que você pode nos contar em relação a investimentos, aporte e faturamento da empresa nos últimos anos?
Caetano: A Woof já recebeu cerca de R$9 milhões em investimentos. São investidores BR Angels, GV Angels, Anjos do Brasil, Urca Angels, Equity Rio, Spin Capital, Garan Ventures, Cacau Capital e executivos, empreendedores seriais e profissionais líderes de seus mercados de atuação.
Em 2021, faturou R$ 2,2 milhões bruto e ajudou seus pet shops afiliados a economizar mais de R$10 milhões. Com o Woof para Pet Shops colocando os afiliados para faturarem mais e ocuparem mais espaço no mercado, a perspectiva de faturamento é de cerca de R$ 10 milhões em 2022.