Principalmente em regiões litorâneas, desidratação, queimaduras nas patas e infestação por parasitas estão entre os problemas que afetam os animais durante a estação mais quente do ano
Praia, litoral, calor e verão podem ser uma ótima combinação para os humanos, porém, para os animais de estimação, este cenário demanda alguns cuidados. Caminhar com pets em calçadas quentes durante a estação, por exemplo,pode causar queimaduras nas patas dos animais. O asfalto e as calçadas podem aquecer significativamente sob o sol intenso, atingindo temperaturas muito mais altas do que a temperatura do ar.
“As patas dos animais são sensíveis e podem sofrer queimaduras ao caminhar sobre superfícies muito quentes. Além de queimaduras, o calor excessivo pode levar a outros problemas de saúde nos pets, como intermação e desidratação” alerta a médica-veterinária, do Hospital Pet Support, Carolina Hermel.
Segundo ela, nesta época do ano aumentam os atendimentos no litoral pelo calor excessivo. Para ajudar os tutores a minimizar tais ocorrências, Carolina indica alguns cuidados. “Evite caminhadas em horários de muito calor, preferindo horários mais frescos, como no início da manhã ou final da tarde, além de locais com sombra, com presença de gramado e árvores”, recomenda.
Ela orienta ainda para que o tutor teste a temperatura da calçada ou do asfalto com a mão antes de sair para o passeio. “Se estiver muito quente para a sua mão, estará muito quente para as patas do seu pet”, afirma.
Consequências
De acordo com a especialista, o calor pode trazer outros perigos à saúde do animal, e todo cuidado por parte dos tutores é fundamental. Porém, caso aconteça algo, Carolina menciona as ocorrências mais comuns e também e como solucionar:
Ela cita que a intermação em cães e gatos, por exemplo, é uma condição séria que ocorre quando o animal é exposto ao calor excessivo e não consegue regular sua temperatura corporal.
Os sintomas de intermação em animais podem incluir hipertermia; respiração acelerada ou dificuldade respiratória; gengivas vermelhas ou pálidas; salivação excessiva; fraqueza ou letargia; desorientação ou confusão; convulsões ou tremores musculares; além de colapso ou perda de consciência.
“Se você suspeita que seu animal de estimação está sofrendo de intermação, é crucial agir rapidamente. Mova o animal para um local fresco e arejado, aplique toalhas úmidas e frescas sobre o corpo dele, especialmente nas áreas de maior calor como a cabeça, pescoço e tórax”, ensina Carolina.
Ela também sugere a aplicação de compressas nas áreas descobertas por pelo, onde ocorre a troca de temperatura, como a barriga, além de oferecer água fresca para beber. “É importante procurar atendimento veterinário imediatamente, pois a intermação pode causar danos graves e até ser fatal”, alerta.
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Parasitas
Em relação aos parasitas, a veterinária lembra que tão importante quanto a manter a carteira de vacinação em dia é necessário fazer a conferência do calendário de antipulgas, carrapatos e vermífugos. Um dos principais problemas é a dirofilariose, também conhecida como verme do coração, muito comum nos pets e com maior frequência em regiões litorâneas.
A também médica-veterinária Ana Carolina Both vai mais a fundo na questão e explica: “a doença existe e pontualmente também aparece o parasita da dirofilariose no Rio Grande do Sul, ainda que a quantidade de casos seja menor. É um problema muito sério e a prevenção é simples, precisa estar no calendário de cuidados com o pet”, informa.
Edema pulmonar
O problema é causado pelo acúmulo de líquido nos pulmões, em decorrência da angústia respiratória pela obstrução das vias aéreas, secundária a exercícios físicos extenuantes ou em temperaturas elevadas. Em cães de raças braquicefálicas, o edema pulmonar pode se tornar uma emergência e é considerado uma das causas de morte súbita.
Carolina cita que há alguns sinais auxiliam a identificar o edema pulmonar, como: língua roxa, tosse produtiva, respirar com a boca aberta, sangramento, desmaio. “Além dos cuidados com o calor já citados, não deixe seu pet por longos períodos no banho e tosa e oriente o profissional para que, ao menor sinal de estresse, interrompa o banho”, recomenda.
Atropelamentos
O atropelamento é uma das maiores incidências de emergências atendidas no verão. Os casos ocorrem tanto com animais passeando soltos na beira da praia, quanto dentro da própria casa, visto que muitos tutores moram em apartamentos, mas veraneiam em casas.
Para evitar, ao sair de casa, é importante se certificar de que o pet está em local seguro e ter atenção ao abrir o portão. “Além disso, é importante que os pets estejam com coleira de identificação e contato do tutor, caso eles venham a fugir em algum desses momentos. Há a possibilidade de microchipagem, uma forma de facilitar a identificação de pets perdidos, como uma espécie de RG”, sugere a especialista.