Presente nas rações para pets, elemento impacta positivamente no sistema imunológico e na fertilidade dos animais
Considerado essencial na dieta de cães e gatos, o selênio atua como componente importante de enzimas envolvidas na proteção antioxidante e no metabolismo do hormônio tireoideano. Por isso, a atenção aos níveis do elemento presente nas rações é fundamental para a manutenção de diversas funções no organismo dos pets. Além disso, é importante estar atento à origem do micromineral.
De acordo com o médico veterinário da Alltech, Sérgio Alves, o selênio pode ser encontrado de diversas formas, sendo o selenito e o selenato os mais usados na alimentação animal.
“As plantas possuem a capacidade de absorver o selenito e o selenato (selênio na forma inorgânica) e convertê-los em selenoproteínas, que se armazenam nas sementes e nos grãos. Entretanto, devido aos baixos níveis de selênio no solo, esta concentração nos grãos geralmente é insatisfatória para atender todas as exigências nutricionais deste elemento para os cães e gatos”, alerta.
Dessa forma, o especialista indica a necessidade de suplementação deste micromineral, porém, a adição de selênio na forma inorgânica para os pets pode ser um problema para a saúde do animal, uma vez que este pode ser tóxico.
“Para evitar contaminações, a utilização de selênio orgânico tem se tornado uma boa alternativa na suplementação na ração de cães e gatos”, destaca o médico veterinário.
Segundo Alves, o selênio em forma orgânica, produzido por meio de leveduras, é mais biodisponível e, consequentemente, absorvido de forma mais eficiente pelos pets. Outro benefício é que seu excedente é armazenado nos tecidos, retido na forma utilizável. Além dos resultados na saúde, a inclusão do elemento orgânico na dieta melhora o custo-benefício da suplementação mineral e reduz impactos ambientais.
Principais funções do selênio na nutrição de cães e gatos:
Combate os radicais livres
Os radicais livres são partes integrantes e necessárias da função celular, convertendo os nutrientes dos alimentos absorvidos em energia. Fatores externos – estresse, poluição ambiental e processos inflamatórios – podem aumentar a formação dessas moléculas.
Em excesso, os radicais vão lesando células mais velhas e frágeis e, para não haver danos às células sadias, existem enzimas protetoras que controlam os níveis desses radicais. Elas são dependentes de selênio e sua carência pode reduzir os níveis destas enzimas no organismo, comprometendo a proteção antioxidante celular nos animais.
Melhora a resposta imunológica
A relação conhecida entre o selênio e a função imunológica incluem a eficácia das células fagocitárias na eliminação de patógenos (imunidade não específica).
Os macrófagos, ao destruir bactérias e outros corpos estranhos, geram radicais livres. A vitamina E e o selênio (glutationa peroxidase) protegem os leucócitos e os macrófagos durante a fagocitose.
Auxilia na função tireoideana
Níveis baixos de selênio reduzem a produção da enzima Iodotironina deioninase, responsável por converter a tiroxina (T4) na forma ativa (T3). A queda da produção de tiroxina no organismo animal pode provocar distúrbios no crescimento, alteração no metabolismo basal e dificuldade na termorregulação. Estas disfunções tornam os animais menos tolerantes às oscilações de temperatura, principalmente ao estresse causado pelo frio.
Reprodução
A relação entre o selênio e a fertilidade está principalmente na proteção antioxidante dos órgãos reprodutivos. Nas fêmeas, o útero e os ovários são órgãos de constante renovação celular e sujeitos à ação descontrolada de radicais livres, podendo causar cânceres e processos inflamatórios.
Nos machos a deficiência de selênio está associada à degeneração testicular, baixa contagem de esperma e redução da motilidade. O aumento dos níveis de selênio pode favorecer a formação espermática por meio do efeito indireto sobre os hormônios da tireoide.