Cultivares foram desenvolvidas a partir de um contrato de cooperação, baseado na Lei de Inovação, entre a Embrapa Hortaliças e a empresa de sementes Agrocinco
Os produtores brasileiros de tomate terão novas opções nos segmentos Cereja e Santa Cruz. Tratam-se dos híbridos BRS Iracema, BRS Kiara e BRS Nagai, que deverão chegar ao mercado no início de 2012. Os materiais são fruto de uma parceria entre a Embrapa Hortaliças e a Agrocinco, empresa que atua há 11 anos no mercado brasileiro de sementes.
BRS Kiara e BRS Nagai
O BRS Kiara é um híbrido do tipo Santa Cruz, longa-vida, muito produtivo. Os frutos possuem firmeza média quando maduros e excelente sequência de pencas, além de rápido crescimento inicial. O BRS Nagai é outro híbrido do tipo Santa Cruz, mas possui frutos um pouco mais alongados. A cultivar destaca-se pela produtividade e possui tolerância a espécies de Begomovírus (geminiviroses) e resistência a espécies de Tospovirus (viracabeça).
BRS Iracema
Já o BRS Iracema é uma cultivar do tipo Cereja. Os frutos são firmes, apresentam boa durabilidade pós-colheita e excelente sequência de pencas. Além disso, o híbrido apresenta resistência a nematóides do gênero Meloidogyne (gene Mi) e frutos com altos teores de sólidos solúveis (brix).
O contrato para desenvolvimento dos híbridos teve como base a Lei de Inovação, que permite o investimento direto de empresas no desenvolvimento de produtos tecnológicos. “É uma união de esforços para o desenvolvimento de produtos”, explica o gerente de Planejamento e Negócios da Embrapa Transferência de Tecnologia, Raul Rosinha.
A Unidade foi a responsável pela negociação do contrato de licenciamento dos materiais com a Agrocinco. Ele explica que a empresa terá exclusividade na comercialização das cultivares nos próximos dez anos.
“Trata-se de uma alternativa interessante para a companhia e para a Embrapa, que poderá compor o portifólio de produtos da empresa”, diz.
Marco histórico
Para o pesquisador, Leonardo Boiteux, que coordena o programa de melhoramento de tomate da Embrapa Hortaliças, a parceria é um marco histórico na atuação da Unidade, pois permite que ela tenha um papel de maior importância no segmento. O pesquisador explica que o mercado de sementes de hortaliças está cada vez mais oligopolizado.
Na opinião dele, o modelo de cooperação baseado na Lei de Inovação transforma a Embrapa numa alternativa mais viável para as pequenas e médias empresas de sementes. “Esse caminho tem sido buscado também por outras empresas. A expectativa é que novos contratos similares sejam firmados nos próximos anos”, acredita.