Desenvolvido pela unidade Gado de Corte da Empresa brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o simulador Precoce-MS, criado para smartphones e tablets, auxilia o pecuarista a maximizar as bonificações do programa que leva o mesmo nome, em Mato Grosso do Sul.
O app estabelece uma tabela de 18 valores de descontos no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMs), de acordo com a dentição e o acabamento do bovino, além do nível de adoção de tecnologias na propriedade.
Pesquisador da estatal sul-matogrossense, mestre em zootecnia e doutor em Criação de Animais e Genética, Gelson Luís Dias Feijó, informa que o aplicativo mostra o funcionamento do programa, interpreta as regras e faz algumas simulações.
Com esse app, segundo o especialista, “o produtor sabe quanto poderá ganhar, quanto está deixando de ganhar e se vale a pena evoluir dentro do programa, pois pode comparar se os ganhos incrementais cobrem os custos dos investimentos necessários para uma dada evolução”.
O aplicativo está disponível para o sistema operacional Android e para o sistema iOS.
Estímulo
Por meio do simulador Precoce-Ms, o governo sul-mato-grossense quer estimular os produtores rurais a adotarem modernas técnicas de criação e, assim, favorecer a produção de animais de qualidade de carcaça superior, estimular a utilização de boas práticas de criação, incrementar a sustentabilidade ambiental da atividade e desenvolver a gestão sanitária individual do rebanho.
A Embrapa detalha que, entre os quesitos avaliados no processo produtivo dentro da propriedade, está a adoção de boas práticas agropecuárias como, por exemplo, o Programa Boas Práticas Agropecuárias (BPA) – Bovino de Corte da estatal. Também são consideradas a identificação individual de animais, a adoção de ações visando à sustentabilidade e a prática do associativismo para atendimento de mercados específicos.
Mais vantagens
Feijó exemplifica que, pelo novo Programa, um produtor com o nível básico em sua propriedade receberia em torno de 16% de bonificação sobre o ICMs a recolher, ao abater um bovino com quatro dentes e gordura do tipo 2 (um animal com aproximadamente três anos e terminação em pasto).
“Se mantiver o mesmo nível tecnológico da propriedade, a fim de melhorar essa bonificação, ele precisaria ou reduzir a idade ao abate, passando a abater os animais com dois dentes (abate ao redor dos dois anos), ou aumentar o acabamento, com o abate dos animais com, pelo menos, gordura tipo 3, adicionando alguma forma de suplementação na fase de terminação. Assim, ele passaria para 33% de bonificação somente reduzindo a idade ao abate, o que equivale a um incentivo monetário 1,1 vez maior”, informa o pesquisador.
Ainda conforme Feijó, “para obter 42%, só melhorando o acabamento dos animais (um incentivo monetário 1,6 vezes maior) e para 56% fazendo ambos (um incentivo monetário 2,5 vezes maior)”.
“uma vez que o produtor sabe quanto ele poderá ganhar, resta apenas descobrir qual das três opções é viável para a realidade dele. Ele pode ganhar três vezes mais, em termos de benefícios, se melhorar o sistema produtivo, o acabamento dos animais e reduzir a idade de abate”, resume o especialista.