BRS Estilo: grãos claros e com padrão de qualidade – Foto: Embrapa Arroz e FeijãoOs agricultores brasileiros poderão contar, a partir da safra 2010/11, com duas novas cultivares de feijão desenvolvidas pela Embrapa Arroz e Feijão e parceiros. A primeira delas é a BRS Estilo e a outra é a BRS Esplendor.
A BRS Estilo é voltada aos produtores rurais que buscam alternativas de cultivo com foco no grão carioca. A cultivar é recomendada para a chamada safra das águas em Goiás, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Sul; para a safra de inverno em Goiás, Mato Grosso e Tocantins e para a safra seca em Goiás, Paraná, Santa Catarina, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Dentre suas características de destaque, encontram-se o porte ereto de planta associado à alta produtividade de grãos, que facilita a colheita mecânica direta, e a resistência a oito raças do fungo causador da antracnose, uma das doenças fúngicas que causam grandes perdas de produtividade na cultura do feijão.
A antracnose ocorre, principalmente, em regiões de clima frio ou naquelas de maior altitude e pode causar perda total quando infecta as plantas no estágio inicial de desenvolvimento da lavoura.
Além disso, a BRS Estilo é resistente ao mosaico-comum, doença virótica que vem diminuindo de importância devido ao uso de cultivares resistentes.
No que tange ao potencial produtivo, a BRS Estilo obteve média 6,1% superior (2.211 quilos por hectare), quando comparada a duas outras cultivares bem aceitas pelo mercado (2.084 quilos por hectare), levando-se em conta o período de 2003 a 2009.
Adicionalmente, a BRS Estilo apresenta ciclo normal (85 a 90 dias, da emergência à maturação fisiológica) e a cultivar possui ainda grãos claros com tamanho semelhante à cultivar Pérola, considerada padrão de qualidade comercial de grão pelo mercado de feijão carioca.
BRS Esplendor
Já a BRS Esplendor tem grão do tipo comercial preto e é indicada para cultivo em São Paulo, Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Sul na safra das águas; em Tocantins na safra de inverno; em Mato Grosso do Sul e Rondônia na safra seca; em Mato Grosso nas safras de inverno e da seca; em Santa Catarina e no Paraná na safra das águas e da seca e em Goiás nas safras das águas, da seca e de inverno.
A cultivar também se sobressai pelo porte ereto de planta associado à alta produtividade de grão e apresenta ciclo normal (85 a 90 dias, da emergência à maturação fisiológica), bem como resistência a nove raças ao fungo causador da antracnose e ao mosaico-comum.
Complementarmente, a BRS Esplendor possui boa tolerância à doença fúngica murcha de fusarium e ao crestamento bacteriano comum, que são doenças sem controle químico eficiente. A primeira é comum nas regiões onde se cultiva a leguminosa, principalmente em cultivos que utilizam irrigação via pivô central. A sua ocorrência e severidade vêm aumentando devido os poucos cuidados nos métodos preventivos de controle e ao cultivo consecutivo, sem rotação de cultura. As perdas no rendimento têm sido pouco estudadas; entretanto, sabe-se que são muito variáveis, podendo afetar apenas algumas plantas ou até 80% da lavoura.
Já o crestamento bacteriano comum é uma doença que apresenta ampla distribuição, ocasionando graves perdas na produção, especialmente em regiões úmidas, com temperaturas de moderadas a altas.
Na fase de testes finais entre 2003 e 2009, a BRS Esplendor foi avaliada em 147 experimentos em diferentes estados, ambientes de cultivo e safras. Ela atingiu média 7,5% superior em rendimento, quando comparada à média de outras duas cultivares padrão, ambas com boa aceitação pelo mercado. Isso representa uma produtividade de 2.156 quilos por hectare contra 2.074 quilos por hectare.
A BRS Esplendor possui ainda boa qualidade de grão, com uniformidade de coloração e de tamanho, aspectos valorizados pela indústria, com tempo de cozimento de 31 minutos e teor de 18% de proteína.