Transformação digital e práticas sustentáveis comandam ações no setor
Nascido na década de 1980, o modelo agrícola hoje conhecido como agricultura regenerativa, surgiu como forma de resgatar e aprimorar os princípios da agricultura orgânica da década de 1940.
Esses sistemas agrícolas têm como objetivo melhorar a saúde do solo e promover a biodiversidade, com a otimização do ciclo da água, o sequestro e a eliminação do carbono e, ao mesmo tempo, garantir a produção de alimentos nutritivos com a lucratividade necessária para qualquer atividade comercial.
Entre suas características estão a rotação de culturas ou cultivo sucessivo de mais de uma espécie na mesma área, adoção de plantas de cobertura, a redução de arado no solo, produção de mais de um alimento na mesma área (Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta), eliminação do uso de fertilizantes e defensivos, além da promoção do bem-estar animal e práticas justas de trabalho para os agricultores.
Cunho sustentável
De acordo com o sócio do fundador da foodtech Mahta, Max Petrucci, no contexto regenerativo, a produção de alimentos deve ser feita em consonância com a recuperação do meio ambiente e do solo. “Para isso, o produtor que adota a agricultura regenerativa e todas suas práticas precisa ter um olhar sistêmico para toda cadeia de produção”, diz
Dentro desse parâmetro, Petrucci afirma que a agricultura precisa se aliar a diversos pontos. “A cultura regenerativa pode e deve ser encampada pelos recursos tecnológicos existentes”, explica e acrescenta que diversas tecnologias têm sido desenvolvidas para atender a necessidade de uma agricultura moderna, cada vez mais sustentável.
Segundo ele, nos últimos 30 anos, o campo procura assimilar e aplicar esse viés tecnológico verde. “As soluções vêm sendo usadas no mundo todo para aumentar a produtividade e a qualidade, reduzir custos e promover a melhora da gestão no setor agrícola”, comenta. “E também cumprem um papel importante na promoção da sustentabilidade da propriedade e na redução do impacto ambiental da atividade.”
Ferramentas
Petrucci acrescenta que a tecnologia verde é formada por diversas ferramentas que permitem a exploração de áreas para a produção de alimentos de forma menos agressiva ao ambiente, promovendo a regeneração, a reciclagem, redução de desperdícios e o uso de fontes energéticas renováveis (e sustentáveis).
“O Brasil está entre os baluartes desse movimento, pois já existem mais de 1.000 agtechs (startups voltadas ao agronegócio) que se movimentam em diversificadas áreas da agricultura para desenvolver e entregar soluções e inovações que permitam ao país ser referência mundial em produtividade e sustentabilidade”, detalha.
Na visão do executivo, os produtores brasileiros, em quantidade crescente, consideram a sustentabilidade e a tecnologia verde como aliadas, que permitem a produção com respeito ao meio ambiente, às populações e ao planeta, com reflexo positivo na produtividade e na qualidade na lavoura.
“Temos que olhar para a tecnologia verde como um alicerce indispensável para que as agro nacional e internacional vislumbrem o futuro, com a preservação do solo e de todos os biomas do planeta. O agronegócio pode ser verde e digital, tendo como objetivo instaurar os processos regenerativos necessários para o globo”, finaliza Petrucci.