Com 3.752 mil produtos certificados, Estado fica atrás somente do Rio Grande do Sul, com 3.944
Em 2021, o Paraná se destacou em quantidade de agricultores orgânicos certificados, ficando à frente de estados com maiores áreas territoriais, como São Paulo, Bahia e Maranhão. Com o total de 3.752 produtores certificados, o Estado só é superado pelo Rio Grande do Sul, por uma diferença de 192 certificações.
O Paraná Mais Orgânicos (PMO), da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), vem contribuindo para esses resultados. O programa conta com recursos do Fundo Paraná. As atividades ocorrem desde 2009, nas universidades estaduais, onde estão localizados os Núcleos de Certificação Orgânica.
Além de emissões de certificados, no ano passado, o programa viabilizou 1.777 ações de assistência técnica e extensão rural, fundamentais para o desenvolvimento rural e a atividade agropecuária.
Outras iniciativas consolidam o programa no âmbito do conhecimento científico e tecnológico. No acumulado de janeiro a dezembro de 2021, foram realizadas 140 participações de pesquisadores, professores e estudantes em eventos técnico-científicos, 47 publicações de trabalhos acadêmico-científico e 69 atividades acadêmicas, entre aulas, palestras, seminários e webnários.
Abertura de mercados
Segundo o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona, a certificação de produtos orgânicos facilita a abertura de novos mercados para os produtores rurais, inclusive para exportação. “O padrão de produção e processamento dos alimentos orgânicos possibilita que os agricultores alcancem níveis de gestão e qualidade para disputar novos espaços de comercialização, até mesmo em outros países”, afirma.
Ele ressalta que o desenvolvimento sustentável tem sido intensificado no Paraná, conforme orientação do governador Carlos Massa Ratinho Junior. “É necessário apoiar, cada vez mais, alternativas de produção baseadas na ciência, preservação de recursos naturais, competitividade dos pequenos produtores rurais e no cuidado com a saúde da população”, destaca.
Normas de produção
Conforme o coordenador da Unidade Gestora do Fundo (UGF), Luiz Cezar Kawano, as normas de produção, processamento, certificação e comercialização de orgânicos surgiram para reduzir as dúvidas de consumidores em relação à qualidade e origem dos alimentos.
“A importância da certificação orgânica está na regulamentação dos processos e tecnologias de produção. Geralmente a certificação é apresentada sob a forma de um selo, afixado ou impresso no rótulo ou na embalagem dos produtos, garantindo que estão de acordo com as normas e práticas da agricultura orgânica”, explica o gestor.
O coordenador do programa, professor Rogério Barbosa Macedo, da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP), afirma que o PMO é direcionado a agricultores familiares interessados em produzir alimentos de maneira orgânica. “A certificação assegura que esses produtores aprendam a converter lavouras tradicionais para o modelo orgânico, livres de agrotóxicos, de sementes transgênicas e de outras substâncias tóxicas ou sintéticas”, diz Macedo.
Além das universidades estaduais, o PMO atua em parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). Ao todo, o programa envolve 62 pessoas, entre professores e estudantes de graduação e pós-graduação e profissionais do segmento rural.
Números do setor
De acordo com o Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos (CNPO) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, atualmente, o Brasil dispõe de 25.516 produtores orgânicos. Na Região Sul, o sistema é composto, principalmente, por agricultores familiares, cooperativas e pequenas propriedades rurais.
No Paraná, os principais produtos orgânicos são:açúcar, café, erva-mate e soja. Os pequenos produtores também são os principais responsáveis pelo abastecimento interno de hortaliças, frutas e alimentos processados.