Selo atesta a qualidade da bebida produzida no município
Produzidos em Bituruna, no sul do Paraná, os vinhos da região são conhecidos pela qualidade e sabor diferenciado há mais de oito décadas. Após anos de trabalho, os vinicultores obtiveram o reconhecimento de Indicação Geográfica (IG), na modalidade de Indicação de Procedência (IP), que atesta a qualidade de um produto ou serviço graças à sua origem.
Ao todo, quatro vinhos casca dura (do tipo branco, aromático, seco, que leva esse nome por ser de uma variedade de uva rosada com a casca mais grossa, proveniente do cruzamento natural da uva moscato com uma variedade nativa) receberam a IG, das vinícolas Sanber, Bertoletti, Di Sandi e Dell Mont.
O trabalho em busca da IG é uma iniciativa da Associação dos Produtores de Uva e Vinho de Bituruna (Apruvibi), com o apoio do Sebrae/PR e da Prefeitura Municipal. De acordo com a enóloga Michele Bertoletti Rosso, presidente da Apruvibi e proprietária da Vinícola Sanber, o reconhecimento é uma conquista que reflete o esforço de diversas gerações que produzem vinho em Bituruna.
“Estávamos ansiosos por esse dia. Hoje, entramos no mapa da viticultura mundial. De forma oficial, estamos inseridos como produtores de uva e vinhos, de forma diferenciada. O reconhecimento é o atestado de que produzimos com processos, técnicas, boas práticas, tradição e amor. Que os vinhos feitos aqui carregam procedência”, enfatizou.
Visibilidade
Para a enóloga, a IG também será vista com outros olhos. “O consumidor passa a ter a certeza de que vai apreciar um vinho que passou pelo crivo de um conselho regulador antes de ir ao mercado, que existe um trabalho profissional na produção. Nós, que tínhamos vinhos premiados, damos mais um passo, com a possibilidade de conquistarmos mercados no mundo inteiro”, afirmou.
Atualmente, Bituruna conta com quatro vinícolas e cem produtores de uva. São mais de um milhão de litros de vinho produzidos e distribuídos no território nacional, todos os anos. Os vinhos casca dura, que receberam a certificação, carregam um aroma acentuado de frutas tropicais e características únicas resultantes do terroir (termo francês que resume a relação entre clima, relevo, temperatura, umidade e solo de um determinado lugar).
Para a consultora do Sebrae/PR, Alyne Chicocki, o Selo traz reconhecimento, oportunidades e muito trabalho pela frente. A partir da IG, os vinhos de Bituruna entram para um rol de produtos protegidos e diferenciados.
“Precisamos trabalhar o posicionamento de mercado adequado para que o consumidor perceba o valor de um produto com IG, que abrange a valorização da cultura local, a história, a produção de qualidade e a rastreabilidade, entre outros aspectos. O Selo também deverá movimentar o segmento turístico do município e da região”, concluiu.
IGs no Estado
Com os Vinhos de Bituruna, o Paraná possui, agora, 11 produtos com o registro de IG. Os demais são: a Bala de Banana de Antonina, Melado de Capanema, Goiaba de Carlópolis, Queijo de Witmarsum, Uvas de Marialva, Café do Norte Pioneiro, Mel do Oeste, Mel de Ortigueira, Erva-mate São Matheus, do Sul do Paraná, e Morango do Norte Pioneiro.